O secretário de Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Sedecti), Serafim Corrêa, anunciou em suas redes sociais que há um transbordo de contêiner saindo de Vila do Conde, em Portugal – para Manaus deve chegar à capital a partir desta terça-feira (24).
O secretário disse, sem muitos detalhes, que nos contêineres há insumos para abastecer o comércio e a indústria e ainda, que, após esse lote, outros chegarão a Manaus progressivamente.
Há cerca de 30 dias, navios não chegam à capital amazonense para abastecer industrias. As condições do transporte de cargas pelo rio Amazonas e seus afluentes pioraram drasticamente nos últimos dias, provocando atrasos na entrega de materiais, assim como um acúmulo de produtos acabados nos estoques das fábricas.
As maiores embarcações não conseguem mais acessar o porto de Manaus devido à redução do nível de água em trechos críticos para abaixo da profundidade mínima necessária para a passagem com segurança dos navios de grande calado. A alternativa é transportar as cargas por balsas entre Manaus e o porto Vila do Conde, no município de Barcarena, no Pará, onde os navios estão transferindo a carga.
As balsas, a depender do peso carregado, conseguem passar por trechos com profundidade inferior a 2 metros -os navios precisam de pelo menos 8 metros. Só que as balsas transportam apenas 10% da carga de um navio e não conseguem desenvolver muita velocidade, em razão das restrições atuais de navegabilidade, o que eleva o tempo do percurso.
As soluções alternativas também implicam custo maior de transporte, dadas as despesas adicionais com a armazenagem dos materiais por mais tempo nos portos e as transferências imprevistas de contêineres. Conforme Augusto César Rocha, coordenador da comissão de logística do Centro da Indústria do Estado do Amazonas (Cieam), os contratempos elevaram entre 25% e 50%, a depender do contrato, o custo de frete na região.
PIM
Na semana passada, dia 17 de outubro, a fabricante de motocicletas Yamaha paralisou a sua linha de produção no Polo Industrial de Manaus (PIM) por falta de peças.
Outro ponto que é destaque na questão do isolamento do Amazonas causado pela estiagem, refere-se à única alternativa para que mercadorias cheguem ao estado: via aérea.
Segundo o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Manaus (CDL-Manaus), Ralph Assayag, tendo em vista que o transporte aéreo é mais caro que o transporte hidroviário, caso a estiagem persista até novembro, o transporte aéreo, deve encarecer os insumos das fábricas do Polo Industrial de Manaus (PIM) e também os produtos farmacêuticos.