Portal Você Online

Carnavalesco de Parintins segue na UTI e advogada nega agressão por estupro

Polícia abre inquérito para investigar agressão ao artista responsável pelo Carnaval de 2022 da escola de samba paulista Gaviões da Fiel

A versão apresentada pela Gaviões da Fiel que o artista parintinense, Zilkson da Silva Reis, teria sido agredido na quadra da escola de samba, após uma relação sexual não consensual, foi desmentida pela advogada Ana Cláudia Vieiralves, que representa o amazonense – internado em estado grave na Santa Casa de São Paulo, desde a última segunda-feira (28).

A advogada afirma que o ataque teria sido gerada por uma questão financeira. Ele teria cobrado uma dívida da escola. “Acredito que a razão dessa brutalidade possa ser o atraso de pagamento do contrato do artista. O que fizeram com o Zilkson não foi uma defesa pessoal, foi um gesto de pura covardia”, afirmou.

De acordo com a conversa telefônica gravada por ela com o tesoureiro da escola, João Barbosa, Zilkson foi levado para um hotel da região, onde permaneceu até segunda-feira (28), quando uma prima conseguiu localizá-lo, com a ajuda de membros da escola de samba. Depois disso, ele foi encaminhado à Santa Casa de Misericórdia de São Paulo.

Ela afirmou “não importar, neste momento” o que teria motivado a agressão. “O fato é que a violência aconteceu dentro da escola. A diretoria deveria ter feito um boletim de ocorrência no mesmo momento, para a polícia apurar os fatos. Se a Gaviões não fez, é porque quer apagar provas e esconder os fatos”, afirmou.

Hoje de manhã (31), a Gaviões da Fiel se manifestou acusando o carnavalesco de estupro de uma mulher que estava dormindo no barracão da escola.

O advogado da escola de samba, Ricardo Cabral, disse que o agressor foi identificado como Thiago e que se defendeu afirmando ter dado “alguns socos e pontapés em Zilkson após atender aos chamados da mulher”.

Ainda segundo ele, o ataque “motivado por forte emoção”: “A moça contou para o Thiago [agressor] o que havia acontecido, o Thiago agindo, sem dúvida nenhuma, mediante violenta emoção acabou – ele confessou essa situação – desferindo socos e chutes motivado pela emoção porque tinha acabado de ser notificado de um estupro”.

Logo após o episódio, a Gaviões da Fiel postou uma nota oficial na sua rede social, mas logo em seguido retirou do ar (veja abaixo):

Leia a nota completa no fim da matéria

Mas depois voltou a se posicionar novamente. Disse que seu departamento jurídico irá se pronunciar assim que tiver acesso a mais informações sobre o caso e ao inquérito policial.

A agremiação afirmou ainda não compactuar “com qualquer tipo de violência” e que cabe à polícia apurar o caso. “Vale lembrar que não havia expediente de trabalho no dia em questão em nosso barracão, portanto não havia motivos para nenhuma pessoa estar no local a serviço da entidade”, diz trecho de nota (leia na íntegra no final da matéria).

A Gaviões disse ainda prestar atendimento ao carnavalesco e à família dele, o que é negado pela advogada.

Saiba mais

A Polícia abriu inquérito para investigar o ocorrido e deve ouvir as pessoas envolvidas nos próximos dias. A responsável pelo caso é a delegada Karla Regina, do 2º Distrito Policial de São Paulo, localizado no bairro do Bom Retiro, região central da capital paulista.

O artista plástico necessita de cuidados especiais, está na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) do hospital e seu estado de saúde é considerado grave. Reis teve parte de suas costelas quebradas e um dos pulmões perfurado, além de hematomas pelo corpo, conforme registros da Polícia Civil

Nascido em Parintins, no Amazonas, Zilkson possui uma longa história na Gaviões da Fiel — tendo trabalhado na escola nos carnavais de 2009, 2010, 2011, 2014, 2015, 2016 e 2017. Além do trabalho em São Paulo, o carnavalesco também assina o trabalho do Boi Garantido no Festival Folclórico de sua cidade-natal.

Em 2022, a Gaviões da Fiel desfila com o enredo ‘Basta!’. Segundo a própria escola, o enredo ‘levará para a avenida uma crítica social sobre temas que estão em debate no cenário atual do país e do mundo’.

As notas da Gaviões:

*A nota apagada

Desde domingo (27), estamos apurando, como entidade, uma suspeita de abuso, que o até então carnavalesco, Zilkson, cometeu.

Mensuramos também, por conta desse fato e para proteger a vítima, Zilkson foi agredido quando ela gritou por socorro. Sabemos que a lei existe para punir indivíduos que cometem crimes, não compactuamos com nenhum tipo de violência, entretanto, para defendê-la naquele momento de constrangimento, se deu o ocorrido.

O prestador de serviços que cometeu as agressões, está afastado da entidade, até que tudo seja esclarecido.

Por conta da situação, entramos em contato com a família do Zilkson, a fim de trazê-los para São Paulo, onde prestaremos assistência, para que possam acompanhar a recuperação dele e uma eventual investigação acerca deste fato.

Quanto ao suspeito, não prestará serviços para a entidade. Essa decisão se dá porque nos Gaviões da Fiel Torcida, não há espaço para situações como esta e qualquer outra forma de desrespeito com a mulher.

NÃO É NÃO.
DIRETORIA GAVIÕES DA FIEL TORCIDA

*Segunda nota

O Departamento Jurídico irá se pronunciar assim que o Inquérito Policial for instaurado e tivermos maiores informações.

Esclarece ainda, que não aprova nem compactua c om qualquer tipo de violência por parte de seus associados, cabendo à Autoridade Policial apurar com imparcialidade as versões apresentadas pelas partes envolvidas de modo que injustiças ou medidas judiciais prematuras sejam adotadas no curso do inquérito policial. Vale lembrar que não havia expediente de trabalho no dia em questão em nosso barracão, portanto não havia motivos para nenhuma pessoa estar no local à serviço da entidade.

Ressaltamos que os Gaviões seguem prestando atendimento ao carnavalesco Zilkson Reis e à sua família.”

Notícias Relacionadas

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *