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Aeroporto Eduardo Gomes de Manaus, Tefé e Tabatinga são leiloados por R$ 420 milhões

Governo federal arrecada R$ 3,3 bilhões em leilão de 22 aeroportos – três blocos tiveram disputa pelos ativos; ágio médio foi de 3.822%

O governo federal arrecadou R$ 3,3 bilhões com o leilão de concessão de 22 aeroportos, nesta quarta-feira, um ágio médio de 3.822% em relação aos valores exigidos no edital. O certame ocorre em meio à maior crise da história do setor aéreo, causado pela pandemia do coronavírus.

Amazonas – O bloco Norte – composto pelo Aeroporto Internacional Eduardo Gomes de Manaus e os de Tabatinga e Tefé e outros quatro aeroportos, foram leiloados pela Vinci com o consórcio liderado pela francesa ADP. A companhia levou o lote com a oferta de R$ 420 milhões, um ágio de 777% em relação à outorga mínima exigida no edital, que era de 47,86 milhões.

Os vencedores da licitação deverão fazer investimentos que somam R$ 6,1 bilhões ao longo de seus contratos, que terão duração de 30 anos. A concessionária CCR saiu como vencedora de dois dos três blocos de aeroportos: vai administrar os ativos do lote Sul, o mais cobiçado do certame, e do Central.

A Vinci, que já administra o aeroporto de Salvador, foi a vencedora do bloco Norte, formado por sete aeroporotos e que tem como principal ativo Manaus.

“Diziam que a gente era louco de colocar projetos (a leilão) em meio à pior crise do setor aeroportuário. Temos de ter ousadia. Muitos deram passos para trás, o que nos torna quase exclusivos, temos que aproveitar o excesso de liquidez lá fora”, disse o ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas.

A CCR fez propostas agressivas no certame. Levou o bloco Sul com a proposta de outorga fixa de R$ 2,128 bilhões, que representa ágio de 1.534% sobre o valor mínimo previsto no edital.

A concessionária disputou os ativos com a espanhola Aena, que fez o segundo maior lance, de R$ 1,050 bilhão, e com o consórcio formado pela gestora de fundos Pátria e o aeroporto de Houston.

O lote Sul era considerado pelo mercado o mais atraente por ter entre seus ativos os aeroportos de Curitiba, Foz do Iguaçu e Navegantes, com maior potencial turistico.

O bloco Central, que tem como principal aeroporto o de Goiânia, era tido como menos atrante e exigia outorga mínima de apenas R$ 8,15 milhões. A CCR venceu o leilão com um lance agressivo, de R$ 754 milhões, o que representou um ágio de 9.156%.

O lance da CCR foi significativamente superior aos dados pelas concorrentes Inframérica e Socicam, que não fizeram contraproposta. As duas deram ofertas de  R$ 9,787 milhões e R$ 40,327 milhões nos consórcios que lideravam, respectivamente.

Ágios grandes em leilões costumam denotar, além da disputa pelos ativos, uma distorção na precificação dos ativos, seja por parte do governo, responsável pela modelagem, seja pelo vencedor da licitação.

Veja as propostas

Bloco Sul – outorga mínima exigida era R$ 130,2 milhões

  • Vencedora:

CCR: lance de R$ 2,128 bilhões, ágio de 1534%

  • Outras propostas:

Aena: R$ 1,050 bilhão

Infraestrutura Brasil Holding 12 (liderado pela gestora Pátria): R$ 300 milhões

Bloco Norte – outorga mínima exigida era R$ 47,86 milhões

  • Vencedora:

Vinci: R$ 420 milhões, ágio de 777%

  • Outra proposta:

Aero Brasil (liderado pela francesa ADP): R$ 50 milhões

Bloco Central: outorga mínima exigida era R$ 8,15 milhões

  • Vencedora:

Companhia de Participações em Concessões/CCR: R$ 754 milhões, ágio de 9.156%

  • Outras propostas:

Consórcio Central Airports (Socicam): R$ 40,327 milhões

ACI do Brasil (Inframérica): R$ 9,787 milhões

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