![AGU promove, de uma só vez, mais de 600 procuradores para o topo da carreira. Salário é de R$ 27,3 mil - Jornal O Globo](https://ogimg.infoglobo.com.br/in/24656743-47b-b69/FT631A/89325691_PA-Brasilia-BSB-26-08-2020-Fotos-para-o-acervo-da-AGU-Advocacia-Geral-da-Uniao.-Foto-Pablo.jpg)
A Advocacia Geral da União (AGU), que irá abrigar uma procuradoria especial destinada a combater notícias falsas nas redes sociais, silenciou sobre a recente manifestação do governo do presidente Lula da Silva de chamar de “golpe” o processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
O jornal O Estado de São Paulo pede uma manifestação desde quarta-feira (25), sobre se esse seria um caso classificado como fake news pelo governo petista, mas não houve resposta.
A página oficial do Palácio do Planalto tratou como “golpe do impeachment de Dilma Rousseff (PT), que seguiu os trâmites constitucionais, em publicação no dia 18. O PSDB foi à Justiça para questionar o governo.
“Afirmar que o impeachment de Dilma se constituiu em ‘golpe’ é ato desprovido de verdade. Golpe, no sentido político, é aquele em que os representantes eleitos são destituídos de seu cargo fora das regras previstas na Constituição”, destacou o partido.
Dias depois, o próprio Lula chamou o ex-presidente Michel Temer de “golpista” em discurso durante visita oficial ao Uruguai. Temer, que assumiu o mandato após o impeachment de Dilma, ironizou e disse que sua chegada ao poder foi um “golpe de sorte”.
A nova gestão da AGU, agora sob a alçada do ministro-chefe Jorge Messias, foi procurada pelo Estadão na última quarta-feira pedindo uma manifestação da Pasta. Não houve resposta e o pedido foi reiterado.
Ontem, o ministro Messias pediu que fosse procurada sua assessoria. Em nota, limitou-se a afirmar que a Procuradoria de Defesa da Democracia ainda não está ativa.
“(A procuradoria) encontra-se, nesse momento, em fase de montagem do grupo de trabalho que discutirá sua regulamentação”, disse.
O órgão será responsável por futuras ações contra quem divulgar informações falsas nas redes sociais que estimulem o rompimento da ordem democrática.
O deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil) enviou, nesta quinta (26), uma representação ao ministro Jorge Messias pedindo abertura de um procedimento judicial contra o presidente Lula por causa das declarações de que houve um golpe de Estado em 2016.
“O presidente da República está deliberadamente propagando desinformações a respeito de um fato histórico”, alegou o deputado.
Na última quinta-feira, o ministro da Justiça, Flávio Dino, anunciou edição de Medida Provisória para determinar às redes sociais que retirem do ar postagens que atentem contra a democracia.