
A Nicarágua decidiu expulsar o embaixador brasileiro do país devido ao distanciamento entre o governo Lula e o regime do ditador e aliado Daniel Ortega, de acordo com informações da chancelaria brasileira que tenta reverter a situação, após receber a comunicação na noite nesta quarta-feira (7).
O problema começou com a falta de resposta do presidente Ortega a um pedido de Lula para a libertação do bispo Rolando José Álvarez, que foi preso por mais de um ano e posteriormente expulso do país no início de 2024. Ortega não teria respondido ao pedido de diálogo sobre o assunto feito pelo presidente brasileiro.
O chanceler Mauro Vieira irá conversar nesta quinta-feira (8) com o presidente Lula (PT), no Palácio do Planalto, antes de qualquer manifestação formal do Brasil.
A diplomacia brasileira ponderou aos nicaraguenses que pensassem melhor sobre a expulsão. A atuação tem se dado nos bastidores, em movimentos discretos, ainda sem posicionamentos oficiais.
A decisão veio após o embaixador não comparecer no aniversário da Revolução Sandinista, data comemorativa da Nicarágua. O evento ocorreu em 19 de julho. A ausência irritou o governo Ortega, que teria se sentido desprestigiado.
No entanto, a não participação de Costa foi uma instrução do próprio governo brasileiro, que decidiu “congelar” as relações entre os dois países.
No ano passado, o Papa Francisco chegou a pedir para Lula interceder com Ortega — aproveitando a relação histórica dos dois — a favor de bispos e padres sequestrados na Nicarágua.
Ortega teria ignorado, mais de uma vez, as tentativas de contato do petista. De lá para cá, ssgundo fontes diplomáticas, o relacionamento de alto nível se deteriorou e os dois governos mantêm hoje uma relação distanciada.


