Segundo dados do IBGE, famílias com até dois salários mínimos no AM comprometem um percentual maior do orçamento do que aquelas que ganham até 25 salários mínimos

Famílias com rendimento mensal de até dois salários mínimos no Amazonas (R$ 1.908,00) comprometem um percentual maior de seu orçamento em despesas com alimentação e habitação (61,2%) do que aquelas com rendimentos superiores a 25 salários mínimos (R$ 23.850,00).
É o que indica o resultado preliminar da Pesquisa de Orçamento Familiar 2017-2018, divulgada nesta sexta-feira (4) pela unidade Manaus do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Somados, os dois grupos (alimentação e habitação) representam 65,9% das despesas das famílias com menores rendimentos, sendo 26,1% destinados à alimentação e 39,8% voltados à habitação. Entre aquelas com os rendimentos mais altos, a soma atingia 38,6%, sendo 7,4% com alimentação e 31,2% com habitação.Newsletter – Receba os destaques do portal A Crítica todos os dias no seu e-mail.
Para as famílias que formam a classe de maiores rendimentos, as despesas com alimentação (R$ 1.275,08) são mais que o dobro do valor médio do total das famílias do estado (R$ 557,70) e mais que o triplo do valor da classe com rendimentos mais baixos (R$ 386,31).
Gastos com transportes
A pesquisa revela também que, no Amazonas, o transporte compromete 11,7% (R$ 377,09) dos gastos das famílias locais, no que refere ao total das despesas de consumo. Já a Educação representou 2,5% (R$82,00) do total das despesas de consumo dos amazonenses.
Nas famílias com rendimentos superiores a 25 salários mínimos (R$ 23.850,00), esse gasto era mais de 26 vezes maior do que naquelas famílias com rendimento de até dois salários mínimos (R$ 1.908,00), ou seja, enquanto a primeira categoria de família gastava R$ 510,60 em educação, a outra gastava R$ 19,32.
A despesa com alimentação fora do domicílio no Estado do Amazonas participou de 20,3% (R$ 112,94) no total das despesas com alimentação, já a da alimentação no domicílio foi de 79,7% (R$ 444,76). Essa participação muda se compararmos com as classes de rendimento das famílias.
Nas famílias com rendimentos superiores a 25 salários mínimos (R$ 23.850,00), a alimentação no domicílio participava de 63,8% (R$ 812,93) do total das despesas com alimentação e a alimentação fora do domicílio participava de 36,2% (R$ 462,14) das despesas com alimentação.
Naquelas famílias com rendimento de até dois salários mínimos (R$ 1.908,00), ou seja, a alimentação no domicílio participava de 84,0% (R$ 324,48) do total das despesas com alimentação e a alimentação fora do domicílio esse gasto participava de 16,0% (R$ 61,83) das despesas com alimentação.
Gasto médio mensal
A despesa total média mensal familiar no Amazonas era de R$ 3.218,87 em 2017-2018, nas famílias com rendimentos superiores a 25 salários mínimos (R$ 23.850,00), a despesa total média mensal era de R$ 17.236,76 e nas famílias com rendimento de até dois salários mínimos (R$ 1.908,00), essa despesa era de R$ 1.482,18.
As despesas correntes representavam 95,5% do total. Os outros 4,5% podem ser decompostos em: participações de 1,9% referentes ao aumento do ativo (aquisição de imóvel, reforma e outros investimentos) e 2,6% para a diminuição do passivo (pagamentos de empréstimos e prestações de financiamento de imóvel).
No que se refere às despesas totais, as despesas de consumo ficaram com 83,8% do total, fazendo parte desse grupo as despesas com alimentação, habitação, transporte etc., e 11,8% foram gastos com outras despesas correntes, como contribuições trabalhistas e serviços bancários, entre outras.
A participação das despesas de consumo muda de acordo com as classes de rendimento. Nas famílias com rendimentos superiores a 25 salários mínimos (R$ 23.850,00), as despesas de consumo representavam 64,5% das despesas totais, e nas famílias com rendimento de até dois salários mínimos (R$ 1.908,00), essas despesas representavam 93,9% das despesas totais.
Despesas consomem mais da metade do rendimento
A participação das despesas de consumo no total das despesas foi de 83,8% para o Amazonas, com média mensal de R$ 2.696,00. O valor médio das despesas de consumo realizadas pelas famílias com rendimento de até dois salários mínimos (R$ 1.908,00) correspondeu a R$ 1.391,10; representando 93,9% das despesas totais.
Já para as famílias com rendimentos superiores a 25 salários mínimos (R$ 23.850,00), o valor médio das despesas de consumo correspondeu a R$ 11.119,35, representando 64,5% das despesas totais.
Das despesas de consumo, as mais representativas são: habitação (35,2%), alimentação (17,3%), transporte (11,7%).
As despesas com habitação responderam pela maior participação nas despesas de consumo das famílias amazonense, representando 35,2% (R$ 1.131,74) das despesas totais. O valor médio das despesas de habitação realizadas pelas famílias com rendimento de até dois salários mínimos (R$ 1.908,00) correspondeu a R$ 590,50; representando 39,8% das despesas totais.
Já para as famílias com rendimentos superiores a 25 salários mínimos (R$ 23.850,00), o valor médio das despesas de habitação correspondeu a R$ 5.376,77, representando 31,2% das despesas totais.
Para as famílias que formam a classe de maiores rendimentos, as despesas com alimentação (R$ 1.275,08) eram mais que o dobro do valor médio do total das famílias do estado (R$ 557,70) e mais que o triplo do valor da classe com rendimentos mais baixos (R$ 386,31) e representavam 17,3% das despesas totais. Nas famílias com rendimentos superiores a 25 salários mínimos, as despesas com alimentação representavam 7,4% (R$ 1.275,08) das despesas totais e nas famílias com rendimento de até dois salários mínimos (R$ 1.908,00), as despesas com alimentação representavam 26,1% (R$ 386,31) das despesas totais.
A terceira maior participação nos gastos com consumo das famílias amazonenses ficou com o grupo transporte (11,7%), representando R$ 377,09. Nas famílias com rendimentos superiores a 25 salários mínimos, as despesas com transporte representavam 10,9% (R$ 1.882,57) das despesas totais e nas famílias com rendimento de até dois salários mínimos (R$ 1.908,00), as despesas com transporte representavam 8,0% (R$ 118,97) das despesas totais.
No Amazonas, a assistência à saúde representava 3,5% das despesas totais das famílias amazonenses, resultando no gasto de R$ 112,54. Desses gastos com saúde, gastava-se proporcionalmente mais com remédios do que com planos de saúde, mesmo naquelas com os maiores rendimentos.