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AM: desmatamento cresce 61,54% em 2020 e recursos da Lava Jato são destinados ao combate do desflorestamento

Agências ambientais estaduais terão uma fonte de recursos inesperada de ao menos R$ 140 milhões a partir da operação Lava Jato

Entre janeiro e abril deste ano, um total de 183,498 km² foram desmatados no Amazonas, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O aumento foi de 61,54% em comparação ao mesmo período do ano passado, quando o desmatamento na região atingiu 113,89 km².

Diante do avanço, Governos de Estados da região amazônica estão intensificando o combate à destruição da floresta tropical com milhões de reais de um fundo com dinheiro recuperado da Petrobras a partir da operação Lava Jato, que tem permitido às autoridades estaduais compensar em parte o enfraquecimento das ações de proteção ambiental durante o governo do presidente Jair Bolsonaro.

Agências ambientais estaduais terão uma fonte de recursos inesperada que a Reuters calcula em ao menos 140 milhões de reais. O dinheiro, que vem de um acordo de indenização da Petrobras, será investido em fiscais, jipes, tecnologia de vigilância e outros gastos para proteger a floresta tropical, disseram autoridades dos nove Estados amazônicos à Reuters.

O Governo do Amazonas decretou, na semana passada, situação de emergência ambiental na Região Metropolitana de Manaus e nos municípios da região sul do Amazonas, como forma de intensificar o combate ao desmatamento ilegal, às queimadas não autorizadas e outros crimes relacionados. Nessa terça-feira (2), uma operação desarticulou uma organização criminosa responsável por desmatamento e comércio ilegal de madeira no estado.

Leia também: Polícia prende 36, apreende armas e fecha serrarias por desmatamento e venda ilegal de madeira https://portalvoce.com/policia-prende-36-apreende-armas-e-fecha-serrarias-por-desmatamento-e-venda-ilegal-de-madeira/

O aumento da destruição coincidiu com a diminuição de recursos do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), cujo orçamento foi cortado diversas vezes nos últimos anos e hoje tem menos da metade dos 1.600 agentes de campo que tinha em 2009.

Embora a redução do financiamento tenha começado antes de Bolsonaro, ativistas ambientais culpam o atual governo por piorar a situação relaxando as proteções da floresta tropical. Bolsonaro critica o que vê como regulamentos ambientais muito rígidos que atrapalham o desenvolvimento econômico.

Queimadas – Com relação ao número de queimadas deste ano, até o mês de abril, o banco de dados do Inpe registrou 360 focos em todo o Amazonas, contra 250 no mesmo período do ano passado. Em 2020, o maior foco de queimadas foi no município de São Gabriel da Cachoeira, onde foram registrados 71 focos. Em seguida, aparecem Presidente Figueiredo, com 34 focos, e Barcelos, com 25. Todos os outros municípios do estado registraram menos de 20 focos de queimada nos quatro primeiros meses deste ano.

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