Denúncias de violações de direitos humanos em operações da Polícia Federal contra garimpeiros em municípios amazonenses na calha do Rio Madeira, levaram senadores a organizar viagem ao estado na próxima semana para apurar excessos da PF e da Força Nacional no combate a atividade ilegal na região. no Congresso Nacional levaram nestes municípios chegaram ao Congresso Nacional.
O Senado prepara uma viagem de um grupo de congressistas da Comissão de Direitos Humanos as cidades de Manicoré – 390 km de Manaus – e Humaitá (490 km da capital), onde ainda há marca das explosões e tiros de balas de borracha que deixaram moradores feridos.
Os prefeitos dos dois municípios criticaram o modos operandis das forças de segurança e as reclamações ecoaram na Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) provocando a revolta de deputados que condenaram a forma truculenta da ação conjunta.
Em Humaitá, a Defensoria Pública do Amazonas (DPE-AM) dá sequência ao atendimento prioritário das pessoas atingidas pela operação da PF com um mutirão de três dias na próxima semana, quando integrantes do Grupo de Trabalho (GT) “Teko Porã – Vida Digna” desembarcam no município para reforçar os atendimentos e avaliar os impactos socioambientais da ação.
O deputado Átila Lins (PSD-AM), leu uma nota de protesto pelos acontecimentos nos dois municípios. Segundo ele, a população de Manicoré, por exemplo, ficou revoltada pelo fato da ação policial ter ocorrido num dia em que era um feriado religioso, em que a cidade estava toda envolvida em procissões e orações à Nossa Senhora das Dores, padroeira do município.
“Reconhecemos o papel das instituições e a necessidade que a lei seja cumprida, no entanto, não podemos aceitar que trabalhadores sejam tratados como criminosos sem distinção e ter seu patrimônio destruído de forma sumária, sem direito a defesa e alternativas apresentadas para garantir a sobrevivência de suas famílias”, disse o deputado, na tribuna da Câmara.
No Senado, Plínio Valério (PSDB-AM) pediu uma diligência da Comissão de Direitos Humanos (CDH) a Humaitá e Manicoré para investigar denúncias de violações de direitos durante que receberam de moradores de ambas as cidades.
“Os ataques, além de acarretaram graves prejuízos materiais, configuraram sérios danos ambientais. Milhares de litros de combustíveis foram despejados no Rio Madeira, além da poluição pelo ar pela fumaça e no leito do rio, com a madeira, alumínio e ferro”, disse o senador.
Presidente da CDH, a senadora Damares Alves (Republicanos-PB), questiona a conduta dos policiais. “Nesse exato momento estava havendo uma festa religiosa na cidade. A gente sabe que o garimpo ilegal te que ser enfrentando, mas faltou tato e delicadeza da PF com a população”, disse.
