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Amazonas: Justiça liberta mãe no caso de linchamento de pedófilo

Gregório Patrício da Silva, de 48 anos , susposto estuprador e assassino da criança

A Justiça do Amazonas revogou nessa segunda-feira (7) a prisão de Vitória Assis Nogueira, mãe de Lailla Vitória, estuprada e morta em setembro de 2024 no município de Jutaí, interior do Amazonas.

Vitória estava presa há oito meses suspeita de participar da morte de Gregório Patrício da Silva. Outras quatro pessoas também tiveram a prisão revogada.

Gregório foi morto em praça pública após ser retirado da delegacia do município e linchado por dezenas de moradores. Suspeito de estuprar e matar a menina de um ano e sete meses, o homem teve o corpo incendidado após as agressões.

“Trata-se de um gesto de justiça, considerando a dupla penalidade imposta à mãe: além de perder a filha, ela ainda teve a prisão preventiva decretada e permaneceu presa por um período excessivamente longo”, afirmou o advogado Vilson Benayon, que atua no caso ao lado da advogada criminalista Mayara Bicharra.

A audiência desta segunda-feira se estendeu por mais de 11 horas, durante as quais foram ouvidas mais de dez testemunhas de acusação, entre elas policiais civis, militares e guardas municipais de Jutaí.

Ao final da oitiva da última testemunha, a defesa da mãe, bem como os advogados dos outros quatro réus presentes solicitou a revogação da prisão preventiva.

O Ministério Público se manifestou favoravelmente ao pedido, destacando que, em um processo com 16 acusados, apenas cinco permaneciam custodiados.

Segundo o advogado Vilson Benayon, a defesa pleiteou a extensão do direito à liberdade, ressaltando que já haviam transcorrido mais de oito meses entre a prisão e a audiência de instrução.

Excesso de Prazo

Diante do adiamento da audiência para nova data — ainda a ser designada — e do tempo já decorrido, o juiz reconheceu o excesso de prazo e determinou a soltura dos réus. A liberdade foi concedida com medidas cautelares, conforme previsto no artigo 319 do Código de Processo Penal.

O caso gerou grande comoção na época dos fatos e continua despertando a atenção da opinião pública. A audiência representa mais um avanço no curso do processo judicial, que busca elucidar as circunstâncias da morte da criança.

Processo segue em andamento

O advogado de Vitória, Vilson Benayon, afirmou que a revogação das prisões preventivas ocorreu após a oitiva da última testemunha de acusação. “O Ministério Público se manifestou a favor da soltura, já que a maioria dos réus já respondia em liberdade. O juiz então estendeu essa condição aos demais”, explicou.

Os réus agora responderão ao processo em liberdade, até que o Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM) marque a próxima audiência. Vitória Assis estava detida no Centro de Detenção Provisória Feminino (CDPF), em Manaus.

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