Segundo os dados do IBGE, o Amazonas registrou aumento de 88,1% no número de cabeças de gado entre 2018 e 2024, ultrapassando os 73% já anunciados em março. O resultado confirma o avanço de um setor que combina produtividade e preservação ambiental.
O desempenho é reflexo de uma mudança no modo de produzir. Com apoio técnico e novas práticas de manejo, os produtores rurais vêm adotando modelos que unem tecnologia, legalidade e uso responsável do solo.
A adoção de inseminação artificial e melhoramento genético, por exemplo, tem contribuído para elevar a qualidade do rebanho sem ampliar as áreas de pastagem.
Desde 2018, mais de 72 mil Inseminações Artificiais por Tempo Fixo (IATF) e 5 mil Transferências de Embrião (TE) foram realizadas no estado, segundo dados do Sebrae Amazonas.
Só em 2025, foram contabilizadas 25 mil inseminações, com previsão de chegar a 30 mil em 2026. Esses números refletem o fortalecimento da pecuária tecnificada na região, que já se tornou um dos motores do agronegócio local.
Sustentabilidade e resultados econômicos
Além das técnicas de reprodução, o avanço do setor também está ligado a ações voltadas ao manejo de pastagem, licenciamento ambiental e georreferenciamento de propriedades.
Essas medidas têm permitido maior regularização fundiária, acesso a crédito e segurança jurídica, o que ajuda o produtor a investir de forma mais sustentável.
De acordo com o Governo do Amazonas, o estado registrou redução de 85,16% nos focos de calor entre janeiro e setembro de 2025, em comparação com o mesmo período de 2024. O desmatamento também caiu 31,06% em setembro, na comparação com o mesmo mês do ano passado.
Representantes do setor destacam que o avanço da pecuária no Amazonas está associado à adoção de práticas sustentáveis e à integração entre órgãos públicos, instituições de apoio e produtores rurais.
“O expressivo resultado do Projeto de Pecuária, aliado aos esforços de parceiros como o Sistema FAEA, OCB e Sistema Sepror, mostra que é possível crescer preservando”, afirma Ananda Pessôa, diretora-superintendente do Sebrae Amazonas.
Segundo a Associação Brasileira de Inseminação Artificial (ASBIA), 24,16% de todas as inseminações realizadas no estado em 2024 tiveram algum tipo de subsídio técnico ou financeiro.
A expansão dessas práticas, junto ao uso de tecnologias de precisão, tem impulsionado a produtividade e fortalecido a pecuária como uma das principais atividades econômicas do interior amazonense.
Entre 2022 e 2025, os investimentos no setor somaram R$ 22,4 milhões, consolidando a pecuária como uma das apostas mais fortes do estado para aliar desenvolvimento e sustentabilidade.
