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Amazonas lidera taxa de desigualdade do rendimento domiciliar

O  Amazonas manteve a liderança da taxa de desigualdade do rendimento domiciliar do País, com 50,9%, ou  2,1 milhões de pessoas  com alguma renda, além de apresentar o terceiro menor rendimento médio mensal domiciliar por pessoa, de R$ R$ 947, em 2022, atrás apenas do  Maranhão (R$ 833) e Alagoas (R$ 922).

Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad) Contínua: Rendimento de todas as fontes 2022, divulgada nesta quinta-feira (11), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Já os programas sociais são responsáveis por quase a metade (46,9%) dos rendimentos dos 1,09 milhão de domicílios no Estado, equivalente a 513 mil lares, aponta o levantamento.

A pesquisa mostra a desigualdade de renda em 2022, ao aplicar  índice de Gini. Quanto maior o Gini, maior a desigualdade.

Em 2022, o índice de Gini do rendimento domiciliar por pessoa diminuiu em relação a 2021, no Amazonas, apresentando o menor índice (0,509) desde o início da série histórica da pesquisa, em 2012. Da mesma forma, no Brasil, o índice foi o menor da série histórica (0,518).

Também é feito o cálculo do índice de Gini do rendimento médio mensal, habitualmente recebido em todos os trabalhos (a preços médios do ano).

No Brasil, em 2022, o aumento da ocupação parece ter incorporado trabalhadores com rendimentos menos desiguais, fazendo o índice de Gini cair ao menor valor da série (0,486), assim como no Amazonas (0,480).

No Amazonas, a massa de rendimento cresceu  entre 2012 e 2015, oscilando entre 2016 e 2019, com estabilidade em 2020, durante a pandemia, e nova expansão em 2021 e 2022.

De acordo com o IBGE, dentre os fatores que ajudam a explicar o crescimento da massa de rendimento do trabalho da população ocupada, entre 2020 e 2022, está a estabilidade do rendimento médio de todos os trabalhose também o aumento da população ocupada no período.

Em 2020, foram estimados 1,361 milhão de ocupados no Amazonas, e em 2022, 1,536 milhão.

 Programas sociais

Os dados do IBGE mostram que os programas sociais contribuem para o rendimento médio mensal. Devido à pandemia de Covid-19 e à necessidade de distanciamento social, em 2020, foi criado o Auxílio emergencial, benefício destinado aos trabalhadores informais, microempreendedores individuais (MEI), autônomos e desempregados.

Esse benefício entrou na categoria de “outros programas sociais”, estando presente em 18,0% (202 mil) dos domicílios do Amazonas em 2021, após totalizar 36,1% (395 mil) dos domicílios em 2020, redução que pode ser explicada por mudanças na concessão do auxílio, realizadas com a flexibilização das medidas sanitárias.

Em 2021, o Auxílio emergencial foi interrompido, e o Bolsa Família foi substituído pelo Auxílio Brasil. A pesquisa mostra uma redução brusca na proporção de domicílios com algum beneficiário do indicador “outros programas sociais” (de 18,0% para 8,1%), no Amazonas.

Mas vê-se também que houve aumento da proporção de domicílios com algum beneficiário do Auxílio Brasil/Bolsa Família (de 17,4% para 32,3%).

Além disso, a proporção de domicílios que recebiam Benefício da Prestação Continuada aumentou de 4,4% para 5,2%, no período, no Estado.

De acordo com o IBGE, a alteração nos percentuais ocorreu devido à mudança de perguntas no questionário da pesquisa.

O Auxílio emergencial foi incluído na categoria de “outros programas sociais” e o Programa Auxílio Brasil foi incluído na pergunta que anteriormente mapeava o Programa Bolsa Família.

Dessa forma, no Amazonas, 46,9% ou 513 mil domicílios, do total de 1 milhão e 94 mil estimados para o Estado, tinham rendimento vindo de algum programa social.

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