Em 2021, o Amazonas liderou o ranking nacional com 39,7 casos por 100 mil habitantes de HIV/Aids. Em 2010, foram registrados 286 casos da doença no estado. O número saltou para 1.547 em 2021, acumulando 13.126 casos em 12 anos.
Os dados são do Boletim Epidemiológico HIV/Aids do Ministério da Saúde. Manaus teve uma taxa de 64,6 casos por 100 mil habitantes em 2021, quase quatro vezes a média nacional. A capital amazonense destacou-se como uma das cidades mais impactadas pela doença.
Para o enfermeiro infectologista Kalry Miranda, o alto número de casos no Amazonas ocorre devido à falta de uma educação sexual nas escolas, principalmente no interior.
“A falta de acesso a informações sobre prevenção do HIV pode contribuir para comportamentos de risco”, disse.
O registro de casos no Amazonas foi crescente. Confira: em 2010 (286); 2011 (143); 2012 (157); 2013 (287); 2014 (728); 2015 (1397); 2016 (1544); 2017 (1569); 2018 (1708); 2019 (1601); 2020 (1226); 2021 (1547); 2022 (943).
Óbitos pela doença
O coeficiente de mortalidade por Aids rehistrou aumento de 6,4 óbitos por 100 mil habitantes em 2021, superando a média nacional de 4,2. No total, foram 5.330 óbitos no estado de 1980 a 2021.
Casos de óbitos por Aids: de 1980 a 2010 foram 2.122 mortes; 2011 (215); 2012 (218); 2013 (298); 2014 (297); 2015 (299); 2016 (352); 2017 (305); 2018 (303); 2019 (276); 2020 (296) e 2021 (349).
Prevenção
Dados do Ministério da Saúde indicam que o país registra queda nos casos de HIV/Aids, mas não entre homens de 15 a 29 anos. Nesta faixa, o índice tem aumentado, chegando, em 2021, a 53,3% dos infectados de 25 a 29 anos.
Os números da pasta também registram crescimento dos casos de sífilis em homens, mulheres e gestantes.
O enfermeiro Kalry informa que atualmente existem dois métodos principais para a prevenção do HIV, além do uso do preservativo. Um dos meios de prevenção mais eficaz é a PrEP (Profilaxia Pré-Exposição) e a PEP (Profilaxia Pós Exposição).
“A PrEP acontece antes da exposição, ou seja, como um dos exemplos, antes da relação sexual sem preservativo. Enquanto que a PEP, como é o pós, ela é utilizada após a exposição, ou seja, após um relacionamento sem preservativo”, disse Kalry.
“É relevante frisar que a PrEP não exclui o uso de preservativo. A PrEP é um meio de prevenção focado para HIV. O preservativo ainda é o meio mais eficaz para todas as ISTs (Infecções Sexualmente Transmissíveis)”, informou o enfermeiro.