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Amazonas: o segundo estado com mais extração ilegal de madeira

O Amazonas passou o Pará e assumiu a segunda posição entre os estados com maior atividade de extração ilegal de madeira na Amazônia Legal. O dado aparece em um novo estudo do Imazon que analisou o período entre agosto de 2023 e julho de 2024 e acende um alerta sobre a vulnerabilidade das florestas amazonenses, especialmente em áreas protegidas.

O levantamento mostra que, embora o total de áreas exploradas na Amazônia tenha apresentado queda, a extração ilegal cresceu 44% dentro de unidades de conservação, terras indígenas e assentamentos.

Esse avanço indica uma mudança no perfil da atividade criminosa, que vem deixando propriedades privadas e avançando sobre regiões que deveriam estar mais protegidas. 

No ranking dos estados, o Amazonas subiu de posição e ultrapassou o Pará, ficando atrás apenas do Mato Grosso.

Para os pesquisadores, o principal fator que explica esse cenário é a grande extensão de florestas no estado que ainda não têm destinação definida, o que facilita invasões, grilagem de terras e a retirada ilegal de madeira.

Florestas sem destino aumentam risco no Amazonas

O Amazonas concentra cerca de 118 milhões de hectares de florestas públicas sem uso definido. Essas áreas não são oficialmente classificadas como unidades de conservação, terras indígenas ou áreas de uso sustentável, o que as torna mais frágeis diante da ação de madeireiros ilegais.

Segundo o estudo, à medida que a madeira se torna escassa em imóveis rurais, os exploradores avançam para áreas protegidas, onde ainda há grande concentração de árvores. Esse movimento impacta diretamente comunidades indígenas, ribeirinhas e extrativistas, que dependem da floresta em pé para garantir alimento, renda e qualidade de vida.

Além do dano ambiental, a extração ilegal afeta rios, reduz a oferta de peixes e compromete produtos tradicionais como a castanha e a copaíba. Em muitas dessas áreas, também há relatos de ameaças e conflitos envolvendo moradores locais.

Especialistas defendem que dar uma destinação clara às florestas do Amazonas, seja para conservação, turismo de base comunitária ou uso sustentável, é uma das principais formas de reduzir a pressão ilegal. Sem isso, o estado segue exposto e ganhando destaque negativo nos rankings da devastação.

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