
A Fundação de Medicina Tropical Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD) do Amazonas está conduzindo um estudo de Fase 3 com o antiviral monulpiravir, desenvolvido pela Merck Sharp & Dohme (MSD). O medicamento é o primeiro antiviral oral aprovado – no último dia 4 de novembro – para uso contra Covid-19 no Reino Unido, e diminuiu em cerca de 50% a chance de hospitalização ou morte em pacientes.
A pesquisa é desenvolvida em vários países e em sete centros de pesquisa no Brasil. A FMT-HVD é a único participante da região Norte. Em Manaus o estudo é coordenado pelo médico infectologista e professor da Universidade do Estado do Amazonas (UEA), Marcelo Cordeiro.

O estudo está selecionando voluntários acima de 18 anos de idade, não vacinados para Covid, que moram com alguém que testou positivo para o coronavírus. É possível se candidatar para pesquisa no link https://www.msd.com.br/estudo013/.
A Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde (MHRA), a Anvisa britânica, recomendou que o produto seja usado o mais rapidamente possível após um diagnóstico positivo de Covid-19 e cinco dias após o início dos sintomas. No mês passado, o Reino Unido fechou acordo com a MSD para garantir 480 mil tratamentos com o remédio. Em comunicado, a empresa afirmou que espera produzir 10 milhões de unidades até o final deste ano, com 20 milhões a serem produzidos em 2022.
Uma análise do estudo da Merck com 775 pacientes mostrou que 7,3% dos que receberam molnupiravir foram hospitalizados ou morreram até 29 dias após o tratamento. Entre os que receberam placebo, 14,1% foram hospitalizados ou morreram até 29 dias de testes. Não houve mortes no grupo de molnupiravir, mas houve oito entre pacientes com placebo.
“Tratamentos com antiviral que podem ser tomados em casa para manter pessoas com Covid-19 fora do hospital são criticamente necessários”, informou em nota a empresa.