
A Secretaria de Estado de Saúde (SES-AM) recebeu quatro novas notificações de casos de rabdomiólise, ontem (2). Agora, o número de casos da ‘urina preta’, como é mais conhecida a doença, já chegam a 54 no estado, 36 em Itacoatiara (sendo um óbito), quatro em Silves, quatro de Borba, três em Manaus, três em Parintins, um em Caapiranga, um em Autazes, um em Maués e um em Manacapuru.
Na quarta-feira (1), a SES-AM emitiu um comunicado aos moradores de Itacoatiara, onde se concentra a maioria dos casos, no qual restringe por um período de 15 dias, o consumo de peixes das espécies Pirapitinga, Pacu e Tambaqui, de origem de pesca de rios e lagos.
Das três novas notificações registradas, uma foi em Manaus, uma em Manacapuru e uma em Parintins. Continuam internados nove pacientes em Itacoatiara, dois em Manaus, três em Parintins e um em Manacapuru. Os pacientes internados são todos adultos e estão clinicamente estáveis.
Força-tarefa
O Amazonas montou uma força-tarefa com especialistas que atuam em diferentes órgãos do estado que está em Itacoatiara (250 km de Manaus), para investigar as possíveis causas e formas de combater o surto de rabdomiólise.
A aquipe tem especialistas antes da SES-AM, Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas- Drª Rosemary Costa Pinto (FVS-RCP), da Fundação de Medicina Tropical- Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD), Agência de Defesa Agropecuária e Florestal do Estado do Amazonas (Adaf), Secretaria de Estado da Produção (Sepror) e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
Assistência
De acordo com o secretário de Saúde, Anoar Samad, foi definido o fluxo regulado de referência e contra referência dos casos suspeitos e confirmados por rabdomiólise, com a garantia de suporte técnico de acesso à assistência em tempo oportuno e manejo de casos em adultos e crianças.
Em Manaus, as unidades de referência são os hospitais Delphina Aziz e o Hospital Universitário Getúlio Vargas, no caso de pacientes adultos. O Hospital e Pronto-Socorro da Criança (HPSC) da Zona Oeste está preparado para atender o público infantil.
Pacientes com sintomas de rabdomiólise do interior deverão fazer o primeiro atendimento no hospital ou outra unidade de saúde do município e, caso haja necessidade, a unidade hospitalar deverá fazer o encaminhamento para a capital, inserindo a chamada no Sistema de Transferência de Emergências Reguladas (Sister).
Samad ressaltou que a força-tarefa em Itacoatiara conta com a presença de uma equipe da Secretaria Executiva de Assistência do Interior, sob o comando do secretário executivo Cassio Espírito Santo, que visitou hospitais para acompanhar a situação dos pacientes internados.
Segundo Samad, outro fator relacionado ao surto é a sazonalidade, ou seja, o período de descida das águas dos rios e lagos. O secretário destacou que a rabdomiólise é uma doença grave, que leva à destruição das células musculares.
“Essa destruição, quando é muito grande descarrega uma série de produtos metabólicos na corrente sanguínea e isso termina sendo eliminado pelo rim, dando essa coloração escura da urina, podendo levar a insuficiência renal, dificuldade respiratória, fraqueza muscular muito grande. Pode ser ocasionada também por combinação de medicamentos, exercícios físicos extenuantes”, disse, alertando que se deve procurar a unidade de atendimento médico mais próxima.