Portal Você Online

Amazonas registra seca mais severa do Brasil;Defesa Civil se prepara para atender 150 mil famílias

O Amazonas registrou a condição de seca mais severa do Brasil em junho, com 5% do território enfrentando seca extrema, conforme dados do Monitor de Secas, divulgados nesta terça-feira (23) pela ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico).

A área com seca grave subiu de 28% para 37% do território, representando a condição mais severa desde março deste ano, quando 40% do estado estava em seca grave. Esses dados mostram um agravamento significativo na situação hídrica do Amazonas.

O levantamento também mostra que a área afetada pela seca no estado diminuiu de 100% para 95% entre maio e junho. Esta é a menor extensão de seca registrada desde setembro de 2023. No entanto, a intensidade do fenômeno aumentou.

Advertisement

No panorama nacional, enquanto a seca se abrandou em três estados – Mato Grosso, Pará e Roraima –, o Amazonas, e outros oito estados, viu a intensificação do fenômeno.

O Norte do Brasil registrou a maior intensidade de seca, com 2% da região em seca extrema e 20% em seca grave. O Centro-Oeste também continua severamente afetado, com 86% da região enfrentando seca.

Entre maio e junho, a área com seca no Brasil aumentou de 5,83 milhões para 5,96 milhões de km², cobrindo 70% do território nacional.

Apesar da redução na extensão geral da seca no Amazonas, o estado lidera no país em termos de área afetada. A intensificação da seca tem um impacto significativo nos rios da região, essenciais para o transporte fluvial.

Os rios, principais vias de transporte no estado, podem sofrer as consequências da diminuição dos rios, que afeta diretamente o transporte, principalmente, de mercadorias e o abastecimento local e apesar da seca está começando ainda é possível navegação de grande porte.

No Porto de Manaus, banhado pelo Rio Negro, a profundidade é de 25,71 metros nesta quarta-feira (22), mesma marca registrada no mesmo dia de 2023.

A estiagem e a seca no estado podem ser ainda mais fortes do que a ocorrida em 2023. De acordo com dados da Defesa Civil do estado, 150 mil famílias podem ser afetadas.

Estocar alimentos e água

No começo deste mês, a Defesa Civil do estado fez um alerta à população que mora em áreas que costumam ser afetadas para que comecem a guardar água, alimentos e remédios.

A previsão de que 2024 tenha uma seca severa foi feita devido aos rios do estado estarem com níveis abaixo do esperado para época, segundo a Defesa Civil do Amazonas.

Ainda faltam alguns meses para que os impactos da seca comecem a ser sentidos, mas o secretário da Defesa Civil, coronel Francisco Máximo, antecipou algumas recomendações para a população.

Uma delas é para as pessoas que moram em áreas onde o acesso é feito apenas por embarcações e que foram afetadas na seca do ano passado, para que sofram o mínimo possível este ano.

“Eu sei que é muito difícil abandonar o seu lar. Você precisa cuidar, mas que fique o mínimo de pessoas possíveis, para evitar o isolamento. Você que decidir permanecer, porque vai continuar cuidando da sua propriedade, você deve fazer uma estocagem de água, alimento e medicamentos para enfrentar o período de risco”, disse o secretário.

Ainda segundo o secretário, a recomendação é que as pessoas que morem em áreas que costumam ser afetadas durante a estiagem busquem locais para se abrigar em municípios.

“Essas famílias, recomendamos que vão para casas de familiares nas sedes de municípios e aquelas que não tiverem condições de ficar na casa de familiares, que procurem o poder público. Tanto a prefeitura, quanto o governo, pois iremos disponibilizar locais para poder recepcionar”, finalizou.

Notícias Relacionadas

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *