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Amazonas tem mais indígenas vivendo em cidades que em aldeias

Os dados da pesquisa “Indígenas – Principais características das pessoas e dos domicílios, por situação urbana e rural: Resultados do Universo”, baseada no Censo 2022 e divulgada nesta semana pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que a maioria dos indígenas do Amazonas vive em áreas urbanas, longe das aldeias na floresta ou dos beiradões dos rios.

Conforme o levantamento, a população indígena do Amazonas é formada por 490.935 pessoas, sendo que 62,3% vivem em áreas urbanas, enquanto 30,4% residem em terras indígenas, predominantemente em zonas rurais.

Em Manaus, encontra-se a maior população indígena urbana (71.691), enquanto São Gabriel da Cachoeira lidera na população indígena rural (24.913).

A estrutura etária indígena é predominantemente jovem-adulta, com maior concentração de pessoas entre 25 e 34 anos.

Nos domicílios indígenas, apenas 26,6% possuem esgotamento sanitário adequado e 63,7% têm abastecimento de água adequado, revelando desigualdades regionais, com Manaus apresentando melhores índices e São Gabriel da Cachoeira enfrentando maior precariedade.

Na gestão de resíduos, 63,2% dos domicílios indígenas contam com coleta formal de lixo. Manaus lidera com 94,7%, enquanto São Paulo de Olivença registra apenas 31,1%.

Quanto ao registro civil, 94,1% das crianças indígenas até 5 anos possuem documentação, com destaque para o uso do RANI (Registro Administrativo de Nascimento Indígena) em áreas remotas.

O índice de envelhecimento do Amazonas (33,19) reflete um perfil predominantemente jovem, especialmente entre os indígenas (21,98).

Além disso, há uma predominância masculina na chefia domiciliar em terras indígenas, embora algumas áreas, como a Terra Indígena Cuia, apresentem maior representação feminina (80% das casas chefiadas por mulheres).

Educação indígena em destaque

Adjalma Nogueira Jaques, coordenador do setor de Disseminação da Informação do IBGE, destacou que a urbanização dos indígenas influenciou positivamente os índices de alfabetização.

“A taxa de alfabetização demonstra um desempenho acima da média regional e nacional, refletindo avanços educacionais significativos na inclusão dos indígenas. No entanto, há desafios na distribuição equitativa de oportunidades educacionais, especialmente entre municípios como Manaus, São Gabriel da Cachoeira e Tabatinga”, analisou Adjalma.

No Amazonas, a taxa geral de alfabetização da população com 15 anos ou mais foi de 93,1%, superando a média da Região Norte (91,8%) e ligeiramente acima da nacional (93,0%). Entre os indígenas, o índice foi de 85,94%.

Manaus lidera com taxas gerais de alfabetização de 97,0% e indígenas de 94,26%, enquanto São Gabriel da Cachoeira (90,6% geral; 89,97% indígena) e Tabatinga (90,5% geral; 86,12% indígena) enfrentam maiores desafios.

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