
O Amazonas registrou em 2024 um valor médio domiciliar de R$ 671 no programa Bolsa Família, segundo levantamento do Brasil em Mapas com base em dados oficiais do Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social.
O número é inferior à média nacional, que está em R$ 678, e coloca o estado na penúltima posição entre os sete da Região Norte.
No topo da lista nortista aparece Rondônia, com média de R$ 701 por domicílio, seguido por Tocantins (R$ 700) e Acre (R$ 690).
O Pará, maior estado da região em número de beneficiários, tem média semelhante ao Amazonas: R$ 676.
A menor média do Norte é do Amapá, com R$ 670, apenas um real abaixo do Amazonas. Já Roraima registra R$ 675. Todos os estados da Região Norte estão abaixo da média nacional, com exceção de Rondônia.
Desigualdade regional no valor do benefício
Os dados revelam que o Centro-Oeste lidera com a maior média regional do país (R$ 897), seguido pelo Sul (R$ 862), Sudeste (R$ 822), Norte (R$ 680) e Nordeste (R$ 629).
O estado com maior valor médio é o Mato Grosso (R$ 968). Na outra ponta, Pernambuco apresenta o menor valor (R$ 596).
Embora o Norte concentre 32% da população beneficiada pelo programa, os valores médios pagos são, em geral, menores do que nas regiões Sul e Centro-Oeste, que possuem menor percentual de famílias no programa.
Segundo especialistas, isso está relacionado à composição e ao perfil familiar dos beneficiários, além de fatores como desastres climáticos e adicionais pagos em situações específicas.
Nordeste concentra maior número de beneficiários
O Nordeste responde por 9,4 milhões de famílias atendidas, o que representa 34% da população da região, mas tem o menor valor médio: R$ 629.
Estados como Maranhão e Piauí têm os maiores percentuais populacionais cobertos pelo programa: 41% das famílias.
Por outro lado, São Paulo, com 2,5 milhões de domicílios beneficiados, lidera em números absolutos, embora represente apenas 5% da população do estado.
Como funciona o cálculo do valor
O valor recebido por cada família é calculado com base na composição familiar, considerando a quantidade de crianças, adolescentes, gestantes e lactantes.
O valor básico é R$ 142 por pessoa, podendo ser acrescido de benefícios complementares, como o Benefício Primeira Infância (R$ 150) para crianças de até 6 anos.
Adicionais também são concedidos em casos de vulnerabilidade extrema, indígenas, quilombolas e vítimas de desastres climáticos, como ocorre no Rio Grande do Sul, o que ajuda a explicar os altos valores médios em estados como Santa Catarina (R$ 907) e o próprio RS (R$ 892).
O programa atende famílias com renda mensal per capita de até R$ 218, com foco na redução da extrema pobreza.
As condicionalidades incluem frequência escolar mínima para crianças e adolescentes, acompanhamento nutricional e de vacinação, além de pré-natal para gestantes.