Só Humaitá (AM) é o município brasileiro com o maior aumento de desmatamento em um ano, quase o dobro (95,8%) em comparação a 2020.

Três municípios do Amazonas estão entre os que mais desmataram no Brasil, em 2021. Os dados são da rede ambiental MapBiomas e colocam Lábrea, Apuí e Humaitá em terceiro, sexto e décimo lugar, respectivamente. Além disso, pela primeira vez o Amazonas ficou em segundo lugar no ranking de desmatamento entre os estados.
As informações estão no novo Relatório Anual de Desmatamento 2021, divulgado nesta segunda-feira (18) pela rede. A iniciativa, que está na terceira publicação anual, busca fornecer dados e relatórios sobre o desmatamento nos biomas brasileiros. Do total de 16.557 km² de desflorestamento no Brasil, mais da metade (59%) ocorreu na Amazônia, no ano passado.
Pará, Mato Grosso e Amazonas concentram 77% do desmatamento em junho
Pará, Mato Grosso e Amazonas concentraram 77% de toda a área desmatada dentre os nove estados que compõem a Amazônia Legal. Os dados são do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), divulgados nesta segunda-feira (18).
O Amazonas, que era o quarto no ranking em 2020, apareceu agora em segundo lugar, com 194.485 ha desmatados, que representam 11,8% do total – território apenas um pouco menor que o município de Iranduba (2.216 km²), na região metropolitana de Manaus.
O Mato Grosso apareceu em terceiro, com perda de 189.880 ha (11,5%), seguido do Maranhão, com 167.047 ha (10,1%), e Bahia, com 152.098 (9,2%). Juntos, esses 5 estados responderam por 67% da área desmatada no Brasil em 2021.
De janeiro a junho de 2022, a Amazônia teve o pior índice de desmatamento do primeiro semestre em 15 anos. Foram devastados 4.789 km² de florestas, o que representa cerca de 20% a mais do que no mesmo período do ano passado.
Humaitá
Em Humaitá, no sul do Amazonas, o desmatamento praticamente dobrou (95,8%) em 12 meses. O município é o que mais registrou crescimento proporcional de desflorestamento em comparação a todos os outros do Brasil, incluindo, portanto, outros biomas que não o amazônico.
Combate
O governo do Amazonas, por meio da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Sema) disse que tem atuado no combate aos crimes ambientais no sul do estado, inclusive, com ações de incentivo à bioeconomia.
“O Estado informa que acompanha os dados do MapBiomas, entretanto, as análises internas [do governo] são feitas a partir dos dados oficiais do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Desta forma, em 2021, o estado do Amazonas acumulou, segundo o DETER, 1.831,4 km² em alertas de desmatamento – aumento de 42,40% em relação a 2020”, diz trecho da nota da Sema, também evidenciando o aumento do desflorestamento.
Segundo o governo, de todos os alertas de desmatamento emitidos em 2021, apenas 5,2% ocorreram em áreas de gestão do governo estadual. Outros 72,15 do total ocorreram em áreas federais, como unidades de conservação e terras indígenas.