
O Centro de Cooperação Policial Internacional da Amazônia (CCPI) iniciou as atividades nesta terça-feira (17) com o objetivo de servir como espaço estratégico para o enfrentamento de crimes transnacionais na região amazônica. A cerimônia de inauguração ocorreu na sede da superintendência da Polícia Federal (PF) em Manaus, nesta manhã.
Os trabalhos serão coordenados pela Polícia Federal, em integração com a Secretaria Nacional de Segurança Pública, com a Polícia Rodoviária Federal e com a Força Nacional.
O CCPI terá papel central no combate a crimes ambientais e outros ilícitos associados como lavagem de dinheiro, grilagem de terras públicas e sonegação de impostos.
A iniciativa é resultado dos compromissos assumidos pelo Brasil junto a Bolívia, Colômbia, Equador, Guiana, Peru, Suriname e Venezuela, na Carta de Belém, e dos estados da Amazônia Legal quando aderiram ao referido plano.
“Eu tenho dito muitas vezes é que segurança pública não se faz com frase de efeito não se faz com grandes espetáculos, não se faz que não se combate violência com mais violência mas se faz com inteligência com sabedoria com estratégia com integração. O que fazemos no dia a dia é a cooperação doméstica e a cooperação internacional” explicou o diretor geral da PF, Andrei Augusto Passos Rodrigues.
As atividades do centro recém-inaugurado serão desenvolvidas em cooperação com forças de segurança pública de nove estados:
- Acre
- Amapá
- Amazonas
- Maranhão
- Mato Grosso
- Pará
- Rondônia
- Roraima
- Tocantins
Também poderão ser integrados às atividades agentes de segurança dos outros países da Pan-Amazônia. Organismos multilaterais como a Interpol, Ameripol e Europol serão convidados a se somar aos esforços, permitindo assim um fluxo diário e permanente de dados de inteligência e a pactuação de operações e investigações conjuntas.
O centro é considerado prioritário devido ao seu papel central no planejamento, execução e monitoramento do Plano Amas, desenvolvido pelo governo federal, que tem como objetivo geral combater os diferentes crimes que acontecem na Amazônia Legal.
A implementação do centro foi viabilizada por meio de parceria com o Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) e o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA), com recursos do Fundo Amazônia no valor de R$ 318,5 milhões.
Especificamente no projeto do CCIP são previstos R$ 36,7 milhões, em recursos não reembolsáveis, para o aluguel do imóvel por três anos e para a aquisição de equipamentos, mobiliário, viaturas e lanchas.
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Durante a cerimônia de inauguração do centro, estiveram presentes o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski; o diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues; e o diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Antônio Fernando Souza Oliveira.
Segundo Aloizio Mercadante, o início das operações do CCPI Amazônia é um marco na integração entre segurança pública e proteção ambiental do governo federal.
“Estamos unindo inteligência, tecnologia e cooperação internacional para proteger a Amazônia e garantir a soberania brasileira sobre esse território vital para o futuro do planeta”, afirmou.
Em discurso, o ministro Ricardo Lewandowski destacou a importância da integração entre forças de seguranças de diferentes países para o desenvolvimento do trabalho no centro, e reforçou que o combate ao crime organizado precisa ser feito de forma colaborativa.