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Antenas de Elon Musk só chegaram em três escolas no Amazonas, diz governador Wilson Lima

O governador do Amazonas, Wilson Lima, fez um desabafo sobre os investimentos do bilionário Elon Musk na Amazônia brasileira. Ele disse que após quase um ano, o seu estado tem apenas três escolas com a internet da StarLink, empresa do magnata americano.

A empresa aeroespacial de Musk desenvolve a tecnologia de satélites de baixa órbita para conectividade e previa o fornecimento para municípios no interior do Amazonas.

O projeto inicial lançado em setembro do ano passado era de que o ensino fundamental e médio do Amazonas tivessem internet fornecida pela Starlink.

Mas segundo o govenador amazonense, até hoje, somente três escolas públicas do estado receberam gratuitamente as antenas que são comercializadas por meio de representantes da empresa de Musk e que dão acesso à internet.

Em reunião com governadores da região Norte na última sexta-feira (16) em Cuiabá, Lima se queixou. “A internet que ele começou a colocar na Amazônia nunca esteve conectada às políticas públicas. Resultado: traficante, grileiro e criminosos têm a antena do Elon Musk, mas a comunidade mais simples, lá do interior, não tem acesso”, reclamou.

Recentemente, kits para internet da Starlink foram apreendidos em áreas de garimpo ilegal na reserva dos índios yanomamis, em Roraima, além de helicópteros e aviões.

O governador vem procurando desenvolver alternativas econômicas para o estado, que atualmente é dependente do modelo incentivado da Zona Franca de Manaus, que vira e mexe é ameaçado por reformas na legislação tributária brasileira.

Lima tem incentivado a exploração das reservas de gás natural, de potássio e de outros minerais abundantes no estado, mas esbarra na questão ambiental. O estado possui 424 áreas, 115.344.445 hectares, de terras indígenas e uma cobertura vegetal nativa de 85% do seu território.

Para o governador não basta preservar a região, mas é preciso criar condições para que os moradores tenham emprego e renda proporcionados por uma bioeconomia sustentável, que vai gerar receita e produzir ganhos para os amazonenses.

“Nossa população não pode ficar colocada de joelhos, porque vai chegar um momento em que ela vai virar pedinte se a gente continuar nessa pegada. Nós temos potenciais econômicos significativos e não há outro jeito de garantir a proteção da floresta. Não se protege a floresta com pobreza”, alertou Wilson Lima.

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