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Anvisa alerta para produtos de limpeza que não matam o coronavírus; saiba quais

Os relatos de intoxicação por álcool gel saltaram de 17, de janeiro a abril de 2019, para 108, no mesmo período deste ano

Desde que começou a pandemia de Covid-19, a limpeza da casa, de roupas e de alimentos virou uma obsessão para os brasileiros. A ânsia por atender a essa busca crescente por produtos que possam exterminar o novo coronavírus já virou motivo de disputa entre empresas e entrou no radar da Justiça, com direito a cancelamento de registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e abertura de processo pela Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon).

A Anvisa já realizou 77 cancelamentos de itens de limpeza neste ano. Segundo o órgão regulador, os casos envolvem artigos que os fabricantes afirmam ter uma ação desinfetante, mas não contam com o registro obrigatório para este fim.

O assunto ganhou holofotes, na semana passada, quando o sabão em pó da Tixan Ypê teve a venda proibida pela Justiça e o registro cancelado pela Anvisa após queixa da concorrente Unilever.

A embalagem trazia informações que, na avaliação dos reguladores, poderiam induzir o consumidor a crer que o produto elimina o coronavírus, o que não estaria comprovado.

Veja a diferença entre os produtos

Detergente líquido: tira as sujeiras de pratos, copos, garfos, facas;

Detergente em pó e sabão em pó: tira sujeiras de roupas;

Água sanitária: desinfeta pisos, azulejos, banheiros, cozinhas e deixa mais brancas as roupas;

Desinfetante: mata germes e bactérias.

Limpadores

São itens que apenas limpam a superfície e não têm ação comprovada no combate a microrganismos patogênicos (chamados de germes), como bactérias, vírus e fungos, por exemplo. Por serem considerados itens mais simples, precisam apenas de uma notificação da Anvisa.

Sanitizantes

São produtos que reduzem o número de microrganismos “a níveis seguros”, segundo o Ministério da Saúde. Esse tipo de classificação exige comprovação e precisa ser registrado na Anvisa.

Desinfetantes

Eliminam todos os microrganismos patogênicos. Assim como o sanitizante, esse tipo de produto também precisa ter seu resultado comprado em testes de laboratórios e obter um registro da Anvisa.

Como usar

A orientação dos especialistas é que seja usado um produto de limpeza, antes da aplicação de desinfetantes, pois eles não tiram a sujeira. Se a superfície estiver suja, sua ação será prejudicada.

Como saber se o produto é regular

Uma opção é consultar no portal da Anvisa, em “Consulte produtos”. No mercado, com o produto na mão, observe se a rotulagem apresenta, além do número de registro ou notificação, o nome da empresa, CNPJ, autorização de funcionamento na Anvisa, endereço, orientações de uso e cuidados com o produto. Características de um produto regular.

O que substitui o álcool 70

Segundo a Anvisa, desinfetantes comuns e solução diluída de água sanitária são capazes de matar o novo coronavírus na desinfecção de objeto. São necessários dez minutos de contato para inativar os microrganismos.

A recomendação é de não limpar imediatamente a superfície logo após o uso do desinfetante, de modo que o vírus possa ficar em contato com a solução e ser destruído.

Cuidados na compra

Não compre produtos clandestinos. Eles estão à venda sem a permissão do Ministério da Saúde, ou seja, são produtos que não têm qualquer avaliação de que dão bons resultados e de que são seguros para o uso, manuseio ou armazenagem.

Na maioria das vezes, não têm ação contra os germes ou não limpam as superfícies, porque suas formulações não têm ingredientes próprios para isso, ou quando os contêm, não estão em quantidades suficientes.

Atenção no uso

Leia atentamente e siga as instruções descritas no rótulo das embalagens. Mantenha os produtos fora do alcance das crianças e de animais, pois podem causar acidentes graves. Não misture produtos químicos.

Garanta a ventilação adequada quando for manusear esses produtos, lembre-se que há risco de intoxicação e que são inflamáveis. Em caso de emergências toxicológicas, não provoque vômito e ligue para o Centro de Intoxicações no 0800 722 6001.

Fontes: Anvisa, Vigilância Sanitária Municipal do Rio e Abipla

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