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Anvisa proíbe gordura trans industrial em alimentos a partir de 2023

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A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) decidiu, por unanimidade, nesta terça-feira, proibir o uso das gorduras trans industriais em alimentos a partir de 2023. O órgão também definiu um limite de 2% do ingrediente nos óleos refinados, que começa a valer em 18 meses. Com a medida, o Brasil se torna o 50º país no mundo a adotar restrições contra os ácidos graxos trans industriais (AGTI), aliando-se a um objetivo da Organização Mundial da Saúde (OMS), que é eliminar a substância produzida industrialmente em três anos. 

“O mundo tende ao banimento da gordura trans. A gente entende que é um processo de muito impacto para o setor produtivo, mas, óbvio, o papel da agência é resguardar a saúde do cidadão. Doenças crônicas e cardiovasculares são as mais citadas [como consequência da ingestão inadequada da gordura]. Quando a gente olha pro impacto da ingestão dessa substância a gente vê uma gama de muitas doenças que vêm e encurtam a vida ou limitam muito a vida, como a hipertensão, outras de ordem metabólica, sobrepeso’, afirmou a relatora da resolução no órgão, a diretora Alessandra Bastos Soares. 

O Brasil é o 50º país a adotar restrições em relação aos ácidos graxos trans industriais (AGTI’s), nome técnico para a substância. Além de vários países europeus, EUA, África do Sul, Índia, Canadá, Argentina, Chile, Colômbia e Equador adotaram leis que limitam o uso desse tipo de gordura.

Responsável pela crocância dos alimentos, a gordura trans é amplamente utilizada pela indústria para aumentar o prazo de validade e diminuir o preço dos produtos. A lista dos alimentos que contêm a substância é grande. Sorvetes, pipoca de micro-ondas, biscoitos, margarinas e congelados, por exemplo.  

Além disso, a gordura trans está presente no preparo por serviços de alimentação, como restaurantes, lanchonetes, bares e vendedores ambulantes. Por isso, a Organização Mundial da Saúde (OMS) e outras instituições vêm intensificando o alerta para os problemas decorrentes do uso de AGTI’s para a saúde. A ambição da da OMS é a de eliminar a gordura trans produzida industrialmente da oferta global de alimentos até 2023. 
 
“Temos evidências convincentes de que o consumo de ácidos graxos trans acima de 1% do valor total da dieta afeta fatores que desencadeiam as doenças cardiovasculares. Então, há uma relação muito clara com o aumento das doenças coronarianas, o risco de desenvolvimento dessas doenças e até a morte por causa dessas doenças”, explica Thalita Lima, gerente geral de alimentos da Anvisa.  

Outras evidências científicas afirmam que a substância também aumenta os índices de colesterol ruim (LDL), diminui o bom (HDL) e causa inflamações no organismo.

Até hoje, no Brasil, não havia nenhum tipo de proibição da quantidade de gordura trans nos alimentos industrializados e óleos vegetais. Assim, é possível encontrar produtos nas prateleiras dos supermercados que têm muito mais do que os 2% de limite de gordura trans que deve ser estabelecido. Uma projeção da própria Anvisa aponta que o Brasil poderia se tornar o país da América com o maior volume de mercado de óleos e gorduras parcialmente hidrogenados (OGPH), ultrapassando os Estados Unidos.

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