Cerca de 25 cidades nortistas devem enfrentar níveis extremos de déficit de chuvas e umidade do solo; mais de três vezes o anteriormente previsto para o mês.
Apesar da trégua com as chuvas pelo Brasil, a seca extrema deve avançar nos estados do Amazonas, Acre e também Rondônia neste mês de dezembro, de acordo a previsão do Índice Integrado de Seca (IIS) do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), divulgado pelo site CNN.
Até o começo desta semana, o governo do Amazonas disse que destinou 293 toneladas de alimentos para 137 comunidades indígenas por meio do Comitê de Enfrentamento à Estiagem.
Ao todo, mais de 13 mil famílias indígenas foram alcançadas em todo Estado, o equivalente a 54 mil pessoas.
Cidades nortistas sofrem
Cerca de 25 cidades nortistas devem enfrentar níveis extremos de déficit de chuvas e umidade do solo; mais de três vezes o anteriormente previsto para o mês.
Em novembro deste ano, 378 municípios foram classificados em seca severa, número que deve saltar para 707 em dezembro — aumento de 87%.
Ana Paula Cunha, pesquisadora do Cemaden, destaca que, para além do crescimento, cidades estão durante um longo período em déficit hídrico. “A situação em parte da Amazônia ainda é muito crítica, sobretudo no oeste da Amazonas e Rondônia, onde o déficit hídrico perdura desde o segundo semestre de 2023 e deve piorar ao longo do mês de dezembro”, afirma.
Os eventos de seca de grande magnitude são registrados no Brasil desde o início do século, mas dados relevam que a frequência tem sido maior. Nos últimos dois anos, apenas a região Sul não teve um evento como esse em um dos anos.
Os dados que serão apresentados na Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação, em Riad, na Arábia Saudita, mostram que na última seca que teve início em 2023, o norte de São Paulo, Triângulo Mineiro, norte de Mato Grosso, oeste do Amazonas e Acre registraram maior duração entre junho de 2023 e outubro de 2024.
Municípios do Amazonas e norte de São Paulo enfrentaram mais de um ano de déficit hídrico. Os impactos vão desde o abastecimento de água até a navegabilidade e o aumento de risco de incêndios e isolamento de comunidades.