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Apesar de fabricar motocicletas do país, mulheres amazonenses estão entre as que menos usam veículo

Estudo da Abraciclo aponta onde estão as mulheres motociclistas no Brasil e público feminino do estado, onde está concentrada indústria das motocicletas, fica em 25º lugar entre 26 estados brasileiros e o Distrito Federal

Mulher segurando bicicleta

Descrição gerada automaticamente com confiança média
Ludmila (Rondônia), Millena (Santa Catarina) e Leia (Mato Grosso) representam os três estados com maior percentual de mulheres motociclistas

A presença feminina na condução de uma motocicleta cresce a cada dia entre as mulheres brasileiras, menos no Amazonas, onde está concentrada quase totalmente as fábricas de duas rodas no Polo Industrial de Manaus (PIM), está entre as sete maiores do mundo com a geração de 17 mil empregos diretos na capital amazonense – desses, o número de mulheres cresceu 14,3%, de acordo com dados do Ministério do Trabalho e Emprego.

A maior fabricante de motos do país, a Honda da Amazônia, de acordo com dados da empresa, tem mais de 400 mulheres na produção das motocicletas distribuídas na área de montagem de componentes, pintura e outras. Mas, a fábrica de Manaus possui mais que o dobro desse numero por todos os setores, incluindo o administrativo da multinacional japonesa.

De acordo com dados da SENATRAN/IBGE (Secretaria Nacional de Trânsito/Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), analisados pela Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares – Abraciclo, os três estados que têm mais mulheres habilitadas na categoria A, em termos porcentuais, são Rondônia (31,9%), Santa Catarina (27,6%) e Mato Grosso (24,6%). Em números absolutos, a liderança é de São Paulo, com 2.823.660 motociclistas.

Atualmente o Brasil conta com 9.468.705 motociclistas do gênero feminino, o que representa um crescimento de 69,5% em dez anos. Em 2014, esse número era de 5.586.855 mulheres.

Apesar do aumento expressivo, elas representam 24,5% entre todos os cidadãos brasileiros habilitados na categoria A – com esse tipo de carteira de motorista, é possível conduzir veículos de duas ou três rodas, com ou sem carro lateral, com mais que 50 cm³ -. Atualmente, 29.132.591 homens estão aptos a conduzir uma motocicleta – em dez anos, a alta foi de 38%.

Confira a participação de mulheres motociclistas em cada um dos 26 estados brasileiros, além do Distrito Federal:

Participação dos habilitados para conduzir motocicletas na população 2023 Feminino
Ranking
Estadual
Habilitados APopulaçãoPart. %
Habilitados A/ População
1º RO218.839685.87731,9%
2º SC842.5203.057.88627,6%
3º MT331.5521.346.34624,6%
4º MS260.2511.119.18723,3%
5º AC72.119322.17822,4%
6º TO130.290606.20421,5%
7º GO513.6662.888.55817,8%
8º RR39.205229.49317,1%
9º PR741.4484.820.62215,4%
10º ES251.1191.692.24714,8%
11º SP2.823.66019.723.33014,3%
12º RS448.0794.955.5339,0%
13º CE332.5113.791.0138,8%
14º PA267.4133.238.0158,3%
15º MG678.6309.007.0477,5%
16º RN110.6481.472.7127,5%
17º PI95.6461.325.6847,2%
18º SE61.404952.7256,4%
19º AP19.218316.3286,1%
20º BA374.3336.161.9956,1%
21º DF75.4241.320.9905,7%
22º PE218.7313.991.0235,5%
23º PB88.5901.683.9865,3%
24º MA119.5132.704.8164,4%
25º AM65.9491.507.1304,4%
26º AL52.6531.352.2303,9%
27º RJ235.2947.608.7003,1%

Fonte: SENATRAN/IBGE – PROJEÇÃO DE POPULAÇÃO

Aventura e “mototerapia”

A empresária Ludmila de Oliveira Souza, de 27 anos, já percorreu 20 estados e 14 capitais a bordo de uma motocicleta – ver foto acima. “Mesmo com um modelo de baixa cilindrada, participei de uma expedição pela BR-230, a Transamazônica”, conta com orgulho.

“E recentemente adquiri uma motocicleta mais potente. Meu objetivo é sair de Rondônia, passar pelo Peru e ir até o Ushuaia, que fica no extremo sul da América do Sul, e é conhecido como “fim do mundo”, até 2025”, revela.

Mulheres como Ludmila são inspiração para a pedagoga Millena Lacman, de 22 anos, que pretende trocar sua motocicleta de baixa cilindrada por outra de alta até o final deste ano. “Por enquanto, uso nos meus deslocamentos diários”, diz.

Outra apaixonada pelas duas rodas é a educadora física profissional de pilates e fitness, Leia Mara Moreira, de 54 anos. Para ela, a motocicleta foi o “medicamento” que a ajudou a superar uma depressão grave.

A paranaense que adotou o Estado do Mato Grosso, diz que usa o veículo para o lazer. “Vou sempre até a Chapada dos Guimarães para tomar um café da manhã e curtir a natureza”, conta.

Leia Mara Moreira, de 54 anos, café da manhã e curte a natureza na Chapada dos Guimarães

Categoria mais vendida

Levantamento das associadas da Abraciclo aponta que a categoria mais vendida para o público feminino é a motoneta (58%), seguida pela scooter (31%).

Sobre a ABRACICLO e o Setor de Duas Rodas

Com 47 anos de história e contando com 14 associadas, a Associação Brasileira dos Fabricantes de Motocicletas, Ciclomotores, Motonetas, Bicicletas e Similares – ABRACICLO representa os fabricantes de veículos de duas rodas no país, tendo como principal missão a coordenação, desenvolvimento e defesa da competitividade do setor por meio de ações baseadas em três pilares: Política Industrial, Segurança Viária e Técnico.

A fabricação nacional de motocicletas, quase totalmente concentrada no Polo Industrial de Manaus (PIM), está entre as sete maiores do mundo.

No segmento de bicicletas, com as principais fábricas também instaladas no PIM, o Brasil se encontra na quarta posição entre os principais produtores mundiais.

No total, as fabricantes do Setor de Duas Rodas geram cerca de 16,8 mil empregos diretos em Manaus/AM.

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