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Após deixar cadeia prefeito de Coari diz ser injustiçado


Afirmações foram feitas em vídeo postado nesta sábado Ele é investigado por suspeita de desviar R$ 100 milhões.

O prefeito de Coari, Adail Filho (PP), divulgou um vídeo em uma rede social nesta sexta-feira (4) em que afirma que foi “alvo de acusações graves e sem sentido”. Adail foi preso durante a Operação Patrinus – deflagrada no fim de setembro – por suspeita de montar um esquema de corrupção que desviou, pelo menos, R$ 100 milhões.

A postagem foi feita cerca de 24 horas depois de uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ) conceder habeas corpus a ser favor. Ele estava preso deste 26 de setembro último. Além das declarações no vídeo, o prefeito mostra também informações sobre o município de Coari, como valor de arrecadação e folha de pagamento de servidores.

Adail Pinheiro começa o vídeo afirmando que as acusações apresentadas contra ele são incongruentes.

“A gente sabe o quanto Coari é disputada. Eu só não imaginei que mesmo fazendo uma administração correta, transparente e aprovada por mais de 76% do nosso povo, que seria alvo de acusações tão graves e, claramente, sem sentido”, disse.

Sobre o valor apontado pelo Ministério Público do Estado do Amazonas (MPE-AM) como fruto do desvio, o prefeito alega que “não é possível” e que isto poderia ser comprovado com a verificação da “execução financeira” da cidade. Por fim, Adail Filho classificou sua prisão temporária como injusta.

Operação Patrinus

No dia 26 de setembro, o MPE-AM deflagrou a Operação Patrinus – em Manaus e em Coari – contra um esquema de corrupção que desviou pelo menos, R$ 100 milhões. Adail Filho e a irmã dele, a deputada estadual Mayara Pinheiro (PP), eram dois dos quatro alvos da operação.

Os valores desviados envolvem, segundo o Ministério, fraudes a licitações, dispensas indevidas de licitações e contratos superfaturados, dos quais serão aferidos os valores efetivamente desviados. A operação cumpriu ainda 70 mandados de busca pessoal e de busca e apreensão em domicílios, órgãos públicos e sedes de empresas.

As investigações duraram mais de 18 meses e apuraram situações que aconteceram entre 2017 e 2018. Os trabalhos apontaram que, durante a campanha, Adail Filho fez promessa de pagar fornecedores da prefeitura que não recebiam há vários anos, mas cobrava 30% do valor da dívida dos empresários que quisessem receber.

Além de Adail Filho, foram presos também o empresário Alexsuel Rodrigues; o sargento/PM e assessor do prefeito, Fernando Lima e o vereador e presidente da Câmara Municipal de Coari, Kleiton Batista.

Na ocasião, Adail Filho informou 1 que ia se colocar “à disposição da justiça”, pois tinha “total interesse em esclarecer cada sombra de dúvida sobre sua administração”.

Família Pinheiro

Adail Filho e Mayara Pinheiro são filhos de Adail Pinheiro – acusado de comandar uma rede de pedofilia em Coari. Adail Pinheiro foi preso pela primeira vez em 2008 na Operação Vorax, da Polícia Federal, por suspeita de desviar mais de R$ 40 milhões.

À época, os policiais também colheram indícios de que Adail chefiava uma rede de exploração sexual que contava com servidores públicos para identificar e aliciar as vítimas. Em 2014, ele foi denunciado por pedofilia e condenado por comandar um esquema milionário de fraudes em licitações e desvios de recursos públicos na Prefeitura de Coari.

Já em 2017, Adail Pinheiro recebeu indulto e teve extinção da pena de prisão de mais de 11 anos.

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