
Em meio a uma crise na articulação política do governo com o Congresso após duas derrotas, o ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, afirmou nesta segunda-feira (8) que o presidente Lula da Silva está cobrando a conta dos partidos aliados que foram beneficiados com a indicação de cargos, ministérios. Lula determinou que seja cobrada fidelidade da base, já que a escolha foi com este fim de transformar os cargos em votos no parlamento.
As primeiras reuniões, segundo o ministro, serão com PSB e PSD. Depois, com MDB e União Brasil. Padilha afirmou que “certamente” será debatida na reunião com ministros e respectivas bancadas os votos que os partidos entregam no Congresso, mas que isso se dará em um ambiente “tranquilo”.
“O ministro das Cidades, que é um dos autores do decreto do saneamento. Você vê a bancada do MDB, votou contra. É o momento, inclusive, do ministro, da coordenação política, compreender quais foram os motivos — afirmou Padilha.
A expectativa do ministro é que já nesta quarta-feira haja o primeiro encontro com o PSB. O vice-presidente Geraldo Alckmin, que integra a legenda, deve participar da reunião. O presidente Lula, no entanto, segundo Padilha, não estará presente nessas reuniões.
“Toda vez que precisar entrar em campo, vai entrar (Lula). É bom demais ter o Pelé (Lula) da política pra poder entrar em campo a hora que precisar entrar. Ele já participa bastante, vai continuar, reforçou para todos, para os ministérios, para os líderes, o papel da coordenação política para o governo”, diz o desgastado Padilha.
Lula tem deixado em segundo plano conversas com lideranças partidárias e personagens do mundo empresarial, setores com os quais mantinha contatos permanentes durante seus outros dois mandatos devido as constantes viagens internacionais.
Para antigos aliados, na prática, o petista está mais distante da política, e isso se reflete nas dificuldades que o governo está encontrando para arregimentar uma base sólida no Congresso Nacional.
Padilha, no entanto, defendeu a postura do presidente, e disse que Lula tem participação similar dos seus mandatos anteriores, mas que que “quanto mais ele tiver presente, melhor”.