O procurador-geral da República, Augusto Aras, afirmou nesta quarta-feira (30) que o Supremo Tribunal Federal (STF) e a Procuradoria-geral da República (PGR) arquivaram uma notícia de fato, enviada à Corte pelo Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ), que informava a menção do nome do presidente Jair Bolsonaro (PSL) na investigação do assassinato da vereadora Marielle Franco e de Anderson Gomes.
Aras defendeu que a divulgação do depoimento é um “factóide que gerou um crime contra o presidente”. Ele também disse que vai enviar para o MP-RJ um pedido feito pelo ministro da Justiça, Sergio Moro, para entender em que circunstâncias o porteiro do condomínio de Bolsonaro mencionou o nome do militar.
“Por si só, a notícia de fato já encerrava a solução do problema”, disse Aras à Folha de São Paulo. “[O arquivamento ocorreu] porque não tinha nenhuma hipótese [de investigação do presidente] a não ser a mera comunicação [ao STF]”, disse.
De acordo com o PGR, quando o MP-RJ enviou a notícia do fato, os procuradores enviaram também um documento que informava que o presidente estava em Brasília no dia em que os suspeito foram ao condomínio. Além disso, o Ministério Público do Rio de Janeiro anexou os áudios da portaria, que contradizem a versão do porteiro. “Não há menção ao presidente”, disse.
Segundo Aras, a equipe da procuradoria-geral da República ainda está ouvindo as gravações dos dias seguintes, mas, até agora, não há indícios do envolvimento do presidente.