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Assembleia Legislativa do Amazonas inaugura Centro de Inclusão Sensorial

A Assembleia Legislativa do Amazonas (Aleam) inaugurou o Centro de Inclusão Sensorial Dr. Hamilton Cidade, em solenidade, nesta terça-feira (2), com a presença de todos os deputados da 20ª Legislatura, sob presidência do deputado Roberto Cidade (União Brasil). O local tem capacidade para atender até 250 crianças e representa um marco na política de inclusão do Estado, ao garantir suporte especializado e acolhimento a pessoas com Transtornos do Espectro Autista (TEA), Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH), Síndrome de Down e outros transtornos neurodivergentes.

Durante a cerimônia, o presidente Roberto Cidade destacou a relevância da iniciativa, afirmando que o Parlamento Estadual é um dos mais inclusivos do país, atuando na produção de leis que fortalecem políticas públicas de inclusão.

Pai atípico, o presidente Cidade afirmou que o Centro representa a realização de um sonho. “Estamos entregando uma estrutura inédita no Legislativo Estadual, voltada para acolher e oferecer dignidade às crianças e suas famílias. Inclusão é compromisso, e este espaço é prova concreta disso”, afirmou.

A deputada licenciada e secretária de Estado, Joana Darc (União Brasil), falou das dificuldades das mães atípicas, pois ela também é uma mãe atípica.

“O principal medo de todo pai e mãe atípicos é pensar em como ficarão nossos filhos quando nós não estivermos mais aqui”, apontou a parlamentar, explicando que no Centro de Inclusão terão terapias voltadas para preparar essas crianças para um futuro independente, saber se vestir, tomar banho, escovar os dentes, preparar uma comida.

“Este Centro é um legado, e traz esperança, porque aqui teremos vidas transformadas”, celebrou a deputada, explicando que o objetivo é apartidário, sendo uma ferramenta efetiva para uma causa séria.

Estrutura e atendimentos

O Centro de Inclusão Sensorial contará com cerca de 24 profissionais especializados no atendimento de crianças até 14 anos, em áreas como clínica geral, psicologia, terapia ocupacional, atendimento terapêutico, serviço social, nutrição e odontologia.

Neste primeiro momento, estão sendo ofertadas 250 vagas, distribuídas entre crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e Síndrome de Down.

Os atendimentos ocorrerão de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h. O Centro integra a Diretoria de Saúde da Aleam, ampliando os serviços já realizados no Centro de Saúde Carlos Avelino.

“Este Centro está sendo entregue com muita alegria, por entendermos a importância deste serviço para as famílias, que precisam ser ajudadas”, afirmou o diretor de Saúde da Aleam, médico Arnoldo Andrade.

Segundo o diretor, inicialmente o público-alvo será formado por dependentes de servidores efetivos e comissionados. Em seguida, o atendimento será estendido aos dependentes de terceirizados e, posteriormente, ao público externo, mediante autorização da Mesa Diretora e inscrição via serviço social. Todos os pacientes passarão por avaliação multidisciplinar para que as terapias sejam corretamente direcionadas.

“É um desafio, mas temos o compromisso de fazer atualizações constantes, com pesquisas e estudos, para que possamos crescer em conhecimento e, com isso, ajudar essas crianças e suas famílias”, destacou Andrade.

Mães

A inauguração do Centro foi recebida com entusiasmo por mães de crianças que serão atendidas. Elas relataram as dificuldades enfrentadas para garantir terapias contínuas e ressaltaram a importância da iniciativa, que coloca a Aleam como a primeira Assembleia Legislativa da região Norte a oferecer este tipo de serviço, ao lado da Assembleia Legislativa de Roraima (Ale-RR).

Jaqueline Gomes, mãe do Eduardo, de 2 anos e meio, diagnosticado com autismo nível 2, contou que o filho só consegue acompanhamento com fonoaudióloga no Centro Médico da Aleam, por ser neto de servidor efetivo.

“Eu vejo este Centro de Inclusão Sensorial como uma oportunidade excelente para o desenvolvimento dele. É muito difícil dar sequência às terapias, porque os planos de saúde não cobrem completamente e o SUS tem grande demanda. Agora, com esse espaço, tenho esperança de que ele consiga evoluir e alcançar independência funcional”, disse.

Jeanne Silva Carvalho, servidora efetiva e mãe do Samuel, de 8 anos, destacou a dificuldade de manter terapias pelo plano de saúde e pela rede pública.

“Quando fiquei sabendo do início das atividades do Centro, foi uma alegria muito grande. Só quem é mãe atípica sabe o quanto é difícil conseguir uma consulta ou terapia. Este gesto da Aleam é um presente, porque mostra respeito e atenção aos servidores e seus filhos”, afirmou.

Já Magda Bittencourt da Silva, mãe da Gabrielle Serena, de 8 anos, ressaltou que o projeto representa esperança para sua filha e para outras famílias.

“Isso é um sonho. O meu filho mais velho também é autista e não teve acompanhamento especializado. Agora a Serena terá essa chance. O autismo não tem cura, exige acompanhamento contínuo, e este Centro é uma oportunidade de desenvolvimento que pode servir de modelo para outros órgãos”, declarou.

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