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Associação contesta estudo sobre desmatamento no AM pela BR-319

Trecho asfaltado da BR-319, próximo de Porto Velho. Foto: grupo da Associação dos Amigos e Defensores da BR-319

Um estudo da Universidade Federal de Minas Gerais sobre o possível aumento, até quatro vezes mais, do desmatamento no Amazonas por conta da repavimentação da BR-319 (Manaus-Porto Velho) desagradou os principais interessados na sua pavimentação: os usuários.

Enfrentando a poeira no verão e os atoleiros no inverno amazônico chuvoso, motoristas, passageiros e moradores dos municípios isolados pelas condições atuais da rodovia preferem acreditar numa boa governança e controle de gestão para tornar realidade um sonho de mais de 20 anos.

“Cheguei aqui e a era estrada boa, asfalto pretinho de Manaus a Porto velho”, diz Nilda Castro dos Santos, a Dona Mocinha, moradora há 47 anos, da comunidade São Sebatião do Igapó Açu, no Km 296 da rodovia, onde vivem 76 famílias de agricultores.

Comunidade do Igapó Açu

“Estou orando para que Deus toque no coração dessas pessoas. A gente tinha uma vida muito boa. Voce não sabe o quanto a gente já sofreu. São três horas de carro até Manaus, mas já levamos três dias de barco pra chegar quando a estrada está ruim. Já dormimos nos atoleiros com crianças, sem conseguir passar”, lembra Dona Mocinha.

Dona Mocinha, moradora da comunidade do Igapó Açu

“Pra que que tem policia ambiental, Ibama?. Não é para fiscalizar? Pergunta Dona Mocinha, caso haja uma possível “corrida do ouro”, por terras, na fronteira agrícola mais ao sul do Amazonas por grileiros e colonos.

Assim como Dona Mocinha, que acredita na gestão das autoridades sobre a rodovia e a região, o presidente da Associação dos Amigos e Defensores da BR-319, André Marsílio, também defende o fim do sacrifício diário de quem enfrenta os mais de 600 quilômetros de terra batida da estrada.

Presidente da Associação dos Amigos e Defensores da BR-319, André Marsílio

“As pessoas em vez de pensar em ações desordenadas, deveriam estar trabalhando para que a governança desse certo na BR-319, tendo como parâmetro a BR-174, rodovia federal, que consegue ter controle e ser organizada respeitando a flora e fauna e dos povos indígenas Walmiri-atroari, tem mais de 20 anos com horários de tráfego determinados para a proteção do bioma”, explica Marsílio que representa mais de 3 mil associados, que se comunicam mais de 20 grupos de WhatsApp.

Não podemos admitir que pesquisadores que trabalham com suposições e de maneira não educativa soltem informações dessa maneira. A BR-319 vai ser um exemplo de rodovia sustentável para o mundo com a suas unidades de conseravação funcionando. Estamos lutando muito para ela ser repavimentada novamente”, acredita Marsílio.

Protesto na rede

Após publicação do estudo da univesidade mineira sobre BR-319, centenas de mensagens circularam no Facebook e WhatsApp protestando. Em um dos grupos de WhatsApp da Associação deAmigos e Defensores da rodovia, internautas reclamaram (veja abaixo).

“Não podemos jamais admitir que pesquisadores que não conhecem a realidade da BR, trabalhem com suposições negativas e estudos para daqui a 50 anos, enquanto não fizerem o de 20 anos atrás”, protesta Marsílio.

O caminhoneiro José Mauro, rodou oito anos na estrada e conhece bem o trajeto de Humaitá para Manaus. “Logo que ela foi inaugurada, ainda lembro como se fosse hoje, a gente saia de ônibus de Porto Velho às 6 da manhã e chegava as 18h horas em Manaus”, relembra Mauro que ainda acredita ver a rodovia toda asfaltada. “Com certeza em nome de Jesus”.

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