Portal Você Online

Associação de Jornalistas repudia ataques de Greenwald a colegas da Imprensa

A Associação Brasileira dos Jornalistas Investigativos (Abraji) divulgou nota nesta sexta-feira (13) repudiando os ataques e ofensas feitos pelo editor e proprietário do site Intercept, o americano Glenn Greenwald (The Intercept), contra os repórteres Juliana Piva e João Paulo Saconi, do jornal O Globo. Do Rio de Janeiro

Greenwald usou as suas redes sociais para, em vídeo, agredir os jornalistas  chamando-os de “corruptos”. Juliana Piva passou a receber ofensas e comentários agressivos em sua conta no Twitter. O comentário foi uma reação à reportagem “Coaf aponta ‘movimentação atípica’ de R$ 2,5 milhões de David Miranda”, publicada pelo jornal na última quarta-feira (11).

Segundo a matéria, o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) encaminhou ao Ministério Público do Rio de Janeiro um relatório sobre movimentação de dinheiro em contas do deputado federal David Miranda (PSOL-RJ), marido de Greenwald. A reportagem informa que a ação ocorreu dois dias após o Intercept Brasil iniciar a divulgação de mensagens roubadas por hackers presos pela Polícia Federal e repassadas a Glenn com mensagens de integrantes da força-tarefa da Lava-Jato.

Greenwald publicou o vídeo na tarde do dia seguinte, quinta-feira (12), em defesa de Miranda. Ao final do vídeo, afirma: “(…) eu sei exatamente quem são os corruptos neste caso. Não é David Miranda, são os procuradores do Ministério Público e os repórteres e editores do O Globo, que publicou um artigo lixo”. Até a manhã desta sexta-feira (13), o vídeo contava com 1,9 mil retuítes e mais de 56 mil visualizações no YouTube.

A partir da divulgação do vídeo, Juliana Dal Piva passou a receber citações no Twitter acusando-a de receber propina de procuradores e de tentativa de intimidação para parar a Vaza Jato (nome pelo qual ficou conhecida a divulgação das mensagens da Lava-Jato).

Na nota a Abraji manifesta solidariedade a Juliana Piva e a Saconi e enfatiza que nenhum jornalista deve ser acusado sem provas por realizar seu ofício de divulgar informações. “Lamentamos que um jornalista lance mão de expedientes dos quais ele é próprio é vítima frequente – acusações e descredibilização – contra outros colegas, ultrapassando o limite da crítica ao trabalho feito”, diz a nota entidade.

Notícias Relacionadas

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *