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A marchinha oficial da Banda da Bica para o Carnaval 2023 homenageia os 60 anos do tradicional Bar do Armando, no Centro de Manaus.
A composição fala sobre a transformação do estabelecimento, que era uma mercearia, em um dos bares mais famosos da capital.
A letra é de Rui Machado, melodia de David Almeida e Edu do Banjo, arranjos de Dudu Brasil e tem como intérprete a cantora Márcia Siqueira.
O bar foi fundado pelo português Armando Dias Soares em 1963 e foi o berço da Banda Independente da Confraria do Armando, a Bica. Rui Machado, amigo da família e descedente de portugueses, conta que neste ano resolveram fugir do tema político e homenagear o bar.
De mercearia a bar
Trecho da marchinha faz alusão à transformação da mercearia inicial no Bar do Armando. “No começo tinha nome de santa / Vendia de tudo e até um pouco mais / Mas foi com a tal da lourinha / Que o gajo deixou a turma pra trás”.
Rui Machado explica que o “nome de santa” vem de Mercearia Nossa Senhora de Nazaré, como se chamava o local. Quando começou a venda de cerveja – a “lourinha” – os clientes começaram a frequentar o estabelecimento mais para beber que fazer compras.
“É por isso que eu falo, ele vendia de tudo, secos, molhados, grãos, uma mercearia como as que tinham antigamente. Aí ele começou a vender cerveja, começou a fazer sucesso e deixou todos os bares para trás. Todo mundo queria tomar uma cerveja lá”, conta o compositor.
Rui procurou mesclar expressões típicas amazonenses e portuguesas. É o caso de “Ai maninha se tu queres ser bonita”, “arrebita, arrebita, arrebita” e “não venha pois pois com mimimi”.
“Eu acho que ‘maninha’ é um termo que nós amazonenses usamos carinhosamente com as pessoas. Aí eu coloquei ‘maninha, se tu queres ser bonita’. E tem aquela música portuguesa que fala ‘arrebita, arrebita, arrebita’, eu fiz uma alusão a isso”, explica. “‘Pois, pois’ é um termo português, ‘ora, pois, pois’. Então também fiz alusão a isso”, diz.
Confira o tema e a marchinha oficial da Banda da Bica:
Tema da Bica 2023: “60 na Bica só não vai quem já morreu: é festa de santo, boêmio e ateu!”
