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Bandeira vermelha: conta de luz vai subir 15% em julho

Preço da energia residencial quase dobrou em 10 anos. País tem batido recorde de geração termelétrica, mais cara, desde maio

Diante da crise hídrica, o valor cobrado na bandeira vermelha 2, o patamar mais alto do sistema de tarifa extra de energia, deve subir mais de 60%, de acordo com fontes a par do assunto. Com isso, a conta de luz pode ficar pelo menos 15% mais cara a partir de julho.

A estimativa é do economista André Braz, coordenador de índices de preços da Fundação Getulio Vargas (FGV), que avalia ainda que esse custo maior da energia elétrica pode provocar um aumento de 0,60 ponto percentual na inflação mensal.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) vai aumentar os valores das bandeiras tarifárias, a taxa extra que é acionada quando o custo da geração de energia sobe, o que está acontecendo neste ano por causa da crise nos reservatórios das hidrelétricas.

Os custos estão sendo calculados, e os novos valores devem ser anunciados ainda neste mês, para serem adotados a partir de julho.

Taxa extra até novembro

Hoje, são cobrados R$ 1,34 a cada cem quilowatts-hora (kWh) consumidos na bandeira amarela; R$ 4,16 na bandeira vermelha 1 e R$ 6,24 na vermelha 2.

Na bandeira verde não há cobrança adicional. Pelos cálculos conduzidos pela Aneel, o novo valor da bandeira vermelha 2 deve ser de cerca de R$ 10.

Localizada na divisa de São Paulo e Minas Gerais, a hidrelétrica tem capacidade para produzir 1.440 megawatts Foto: Ferdinando Ramos / Agência O Globo
Localizada na divisa de São Paulo e Minas Gerais, a hidrelétrica tem capacidade para produzir 1.440 megawatts

“Vai ser um impacto enorme na conta das pessoas. Talvez valesse mais a pena fazer um racionamento, ainda que moderado, ou uma política de incentivo, dizendo que, se a pessoa economizar, por exemplo, 20% da conta, ela ganha desconto de 5%. Isso seria melhor porque estimularia a economia e daria um pequeno prêmio para quem fez esse esforço”, avalia Braz

Mesmo durante o período úmido, o governo deve manter as térmicas ligadas, o que não é o padrão. Geralmente, recorre-se às térmicas quando chove menos ou no auge do período seco.

Inflação – A conta de luz tem representado um peso maior no orçamento das famílias brasileiras, sobretudo nos últimos dez anos. Dados do IBGE revelam que o custo da energia elétrica residencial subiu 96% entre 2011 e 2020, bem acima da inflação de 74% no mesmo período.

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