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Um laudo da ANM (Agência Nacional de Mineração) aponta que as três barragens da mineradora Vale que estão em nível máximo de alerta, desde 2019, tiveram piora nas estruturas e precisam passar por obras para não romperem.
O problema foi descrito pelo Gerente de Segurança de Barragens de Mineração do órgão, Luiz Paniago Neves, em uma audiência de conciliação realizada nesta semana. No encontro, o representante da agência alertou para o risco de um novo colapso.
“Após um ano sem monitoramento e manutenção, as barragens em nível 3 de emergência e das localizadas na ZAS destas barragens, o cenário está progressivamente piorando, e, se o empreendedor e as consultorias não puderem atuar diretamente nas barragens, elas fatalmente romperão”, declarou Neves.
A situação foi ressaltada diante de uma decisão da Justiça do Trabalho que interditou as estruturas e proibiu a entrada de funcionários no local para garantir a segurança dos trabalhadores. Desta forma, não foi possível enviar equipes para realização dos reparos necessários nos muros de contenção.
As barragens em discussão são a B3/B4, em Nova Lima, na Grande BH, Forquilhas 1 e 3, em Ouro Preto, a 96 km da capital mineira, e a Sul Superior, em Barão de Cocais, a 96 km de Belo Horizonte.
Um representante de uma empresa de autoria que vistoriou as estruturas com a ANM também afirmou na reunião que as barragens precisam de inspeções presenciais, correção de erosões, limpeza de canaletas e obras de reforço. Membros dos Ministérios Públicos Estadual e Federal também confirmaram a necessidade do trabalho.
Diante do exposto, os órgãos acordaram que a mineradora Vale, dona das estruturas, deve montar um plano de ação detalhado para os reservatórios e o documento deverá ser analisado pelos agentes públicos. Em seguida, a Justiça será consultada sobre a possibilidade de enviar trabalhadores a campo para realizar as obras.