Presença no evento realizado em Manaus reforça papel estratégico do Centro na articulação de bionegócios sustentáveis na Amazônia

Em mais uma iniciativa que visa ampliar o desempenho estratégico da instituição junto ao ecossistema de inovação, o Centro de Bionegócios da Amazônia (CBA) participou, nesta quarta-feira (30), do primeiro dia de programação do Bioeconomy Amazon Summit (BAS) 2025. O evento é um dos mais importantes relacionados à bioeconomia do País e ocorre até esta quinta-feira (31), no Centro de Convenções Vasco Vasques, em Manaus, com o CBA envolvido em dois importantes espaços de debate acerca da inovação e do desenvolvimento sustentável: a roundtable (mesa-redonda) sobre “Ecossistema da Inovação e Empreendedorismo de Impacto”; e a plenária “As perspectivas para a bioeconomia na visão dos articuladores do ecossistema de startups”.
O encontro tem como tema central “Justiça Climática e Bioeconomia”. A expectativa dos organizadores é reunir cerca de 150 startups da região amazônica, além de um público estimado em mais de mil participantes, entre empreendedores, investidores, especialistas e lideranças públicas e privadas, consolidando o papel da Amazônia como protagonista da agenda global de sustentabilidade.
Na ação, o CBA foi representado pelo diretor de Bionegócios, Carlos Carvalho, um dos painelistas da plenária que tratou sobre “As perspectivas para a bioeconomia na visão dos articuladores do ecossistema de startups”, e pelo diretor de Operações, Caio Perecin, na rodada de conversa sobre “Roundtable: Ecossistema de lnovação e Empreendedorismo de Impacto”.
No painel sobre as perspectivas para a bioeconomia, Carlos Carvalho observou que as mudanças climáticas deixaram de ser apenas um alerta e já impactam diretamente a realidade, exigindo alternativas econômicas sustentáveis que mantenham a floresta em pé.
Para ele, a bioeconomia surge como uma oportunidade importante para conciliar desenvolvimento econômico com sustentabilidade, mas enfrenta desafios significativos, como o acesso ao crédito.
“Na região amazônica, considerada fértil para o desenvolvimento dos bionegócios, há limitações importantes, especialmente no acesso ao crédito. O principal financiamento vem da lei de informática, que beneficia mais a modernização industrial e serviços digitais, dificultando o alinhamento com as necessidades específicas dos bionegócios, que demandam investimentos maiores e prazos mais longos para retorno financeiro”, disse Carlos Carvalho.
Outro grande desafio pontuado pelo diretor de Bionegócios é a regularização fundiária, um problema complexo e de difícil solução na região, que afeta o desenvolvimento econômico sustentável.
“O CBA tem mais de 20 anos de história e está inserido nesse contexto, buscando integrar esforços para superar essas barreiras e fomentar a bioeconomia na região”, concluiu.
Durante as discussões em torno do ecossistema de inovação e empreendedorismo de impacto, Caio Perecin destacou algumas iniciativas que são realizadas pela instituição, uma delas foi a reforma do “espaço CBA de inovação para startups e parceiros”, local que há 20 anos não era usado e, que agora, serve para alojar sete startups que estão se instalando com escritórios e laboratórios próprios.
“Essa hospedagem de startups que está começando agora é uma iniciativa que a gente vê como uma grande perspectiva de ter um espaço vivo de negociação e de discussão de negócios”, salientou o diretor.
Além disso, Perecin ressaltou a importância da participação do CBA em grandes fóruns para a construção coletiva de bioeconomia, a exemplo dos encontros que ocorreram ao longo da semana. “O CBA tem esse papel de ligar as pontas, trazer as competências das universidades, institutos federais, dos institutos privados, de aceleradoras, de incubadoras, de empresas, startups, e verificar como cada um se integra para construir a economia”, acrescentou.
Atuação
A atuação do CBA tem sido ampliada de forma estratégica junto ao ecossistema de inovação, nos últimos dois anos. O Centro tem promovido conexões com startups, instituições de pesquisa, empresas do Polo Industrial de Manaus (PIM), cooperativas, comunidades tradicionais e governos, dentro de um movimento que tem contribuído para impulsionar a realização de projetos, serviços e gerar valor para cadeias produtivas sustentáveis na região.
Agenda global
O BAS foi lançado oficialmente em setembro de 2023 pelo Pacto Global – Rede Brasil e pela gestora de venture capital KPTL, com o objetivo de ampliar a discussão em torno do papel da inovação e do empreendedorismo da Amazônia na agenda global de mudanças climáticas. Desde então, a iniciativa tem buscado o apoio de lideranças locais e nacionais para a estruturação de um evento em que o empreendedor da Amazônia é o grande protagonista.