Os casos mais frequentes registrados na capital do Amazonas se referem a clonagem da conta do aplicativo de mensagens instantâneas Whatsapp
As notificações do crime de invasão remota de dispositivos informáticos, como computadores e telefones celulares, bateram recorde no primeiro semestre deste ano em Manaus, superando em 16,5% o total de Boletins de Ocorrência (BOs) registrados ao longo de todo o ano passado.
Conforme a Secretaria de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM), nos primeiros sete meses deste ano, foram registrados 302 casos de invasão de dispositivo informático. No mesmo período do ano passado, foram 89 ocorrências o equivalente ao aumento de 239%.
O crescimento de casos acende o alerta para os cuidados com a exposição de dados pessoais na internet. É que as vítimas da maioria desses golpes são selecionadas a partir de perfis publicados por elas mesmas nas redes sociais e sites de compra e venda.
Segundo o delegado Aldeney Goes, titular da Delegacia Especializada em Roubos, Furtos e Defraudações (Derfd), da Polícia Civil do Amazonas, a maior parte dos casos que chega para investigação segue o mesmo roteiro.
Após expor telefones e outros dados pessoais, a vítima recebe uma ligação e acaba sendo convencida a repassar códigos que autorizam a invasão do equipamento.
Os casos mais frequentes registrados na capital do Amazonas se referem a clonagem da conta do aplicativo de mensagens instantâneas Whatsapp. Ao enganar o proprietário da linha, os golpistas passam para a próxima etapa do plano: enviar mensagens para os contatos vinculados àquela conta pedindo dinheiro.

“O estelionatário identifica a vítima na rede social dela ou em anúncios no OLX, por exemplo. Ao contatá-la, o criminoso faz referência ao produto que aquela pessoa quer vender, diz que localizou em duplicidade, e que vai ser preciso apagar, a menos que a vítima siga alguns passos. É a senha para ele habilitar a conta em outro aparelho e sequestrá-la”, disse Goes.
A vítima só percebe que caiu no golpe quando começam as primeiras ligações de familiares e amigos, fazendo referência a depósitos e transferências financeiras. Proteger-se desses crimes é uma medida que deve ser adotada não só por quem expõe os dados, mas também na própria dinâmica das relações de contato por aplicativos de mensagem.
Para evitar que o aparelho seja clonado ou invadido, a orientação é ativar a verificação em duas etapas, disponível pelo provedor de mensagens instantâneas, adquirir um antivírus e reduzir a exposição de informações pessoais nas redes sociais.
No caso das vítimas conexas, aquelas que acabam tendo prejuízos financeiros ao transferir dinheiro para contas falsas, a maior recomendação é confirmar se quem a veracidade do pedido de transferência financeira. Um simples telefonema pode evitar prejuízos enormes.
O registro desses casos deve ser feito através de BO na Polícia Civil. O registro pode ser feito na internet no site da Delegacia Interativa (www.delegaciainterativa.am.gov.br). Quem tiver informações que possam auxiliar na elucidação de casos pode ligar de forma anônima para o 181, o disque-denúncia da SSP-AM.