
A Polícia Federal cumpre nesta quinta-feira (15) mais de 80 mandados de busca e apreensão contra apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) suspeitos de organizar atos antidemocráticos.
A operação foi autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e é relacionada à investigação sobre atos antidemocráticos contra o resultado das eleições.
No Amazonas a ação mira duas pessoas (nomes não divulgados) na cidade de Humaitá – referente a um bloqueio na BR 320 – Transamazônica. Em Manaus não há cumprimentos de mandados de busca e apreensão.
Também foram autorizados mandados de prisão. Além disso, há ordens de:
- bloqueio de contas de investigados;
- quebra do sigilo bancário de investigados.
Segundo a PF, a operação foi deflagrada em razão dos bloqueios ilegais em rodovias contra o resultado das eleições.
Os mandados de busca são cumpridos em sete estados (Acre, Amazonas, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina) e no Distrito Federal.
Os nomes dos alvos da operação divulgados até o momento são de:
ES
Um dos alvos é o deputado estadual Carlos Von (DC-ES), outro é o também deputado estadual Capitão Assunção (PL-ES). O ministro Alexandre de Moraes determinou que ambos passem a usar tornozeleira eletrônica; estão também proibidos de usar redes sociais, mesmo por meio de terceiros.
Não podem ainda dar entrevistas nem participar de eventos sociais, sob pena de multa diária de R$ 20 mil em caso de descumprimento.
Há quatro mandados de prisão –um cumprido até o momento, do jornalista Jackson Rangel. Também tiveram a prisão determinada o vereador de Vitória Armandinho Fontoura (Podemos), eleito presidente da Câmara da cidade a partir de 2023, o pastor Fabiano Vieira e o radialista Max Pitangui. Ainda não há informações se eles já foram presos.
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MT
No Mato Grosso, Rafael Yonekubo, Analady Carceiro e Adaviso Azevedo da Silva chegaram à delegacia para prestar depoimento.
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A influenciadora Juliana Gaioso Pontes, a médica Sirlei Faustino Ratier e o ex-prefeito de Costa Rica, Waldeli dos Santos são suspeitos de organizar atos antidemocráticos. Eles foram alvos de busca e apreensão da Polícia Federal.
Desde o segundo turno, tanto em bloqueio de estradas como em atos em frente a quartéis, bolsonaristas cobram as Forças Armadas para que promovam um golpe que impeça a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
No último dia 7, Moraes já havia multado em R$ 100 mil os proprietários dos caminhões identificados pelas autoridades de Mato Grosso eu estariam envolvidos em atos.
Moraes também tornou esses veículos indisponíveis —ou seja, proibiu a sua circulação e bloqueou seus documentos. A decisão ocorreu após ele ter determinado a adoção de providências para o desbloqueio de rodovias e espaços públicos no estado.
Em novembro, o ministro também mandou bloquear contas bancárias ligadas a 43 pessoas e empresas suspeitas de envolvimento com os atos antidemocráticos que questionam o resultado das eleições.
Os bloqueios de rodovias começaram logo após ser declarada a vitória de Lula. No dia seguinte da eleição, já haviam 321 pontos de bloqueios em vias de 25 estados e no Distrito Federal.
O número de pistas bloqueadas foi diminuindo ao longo dos dias, mas demorou para acabarem totalmente. Em 19 de novembro, por exemplo, a PRF ainda contabilizava cinco rodovias interrompidas.
Isso 20 dias depois de Moraes ter determinado o desbloqueio de todas as estradas obstruídas –a decisão foi referendada por unanimidade pelo plenário do STF.
Após o fim dos bloqueios, os apoiadores do presidente direcionaram as manifestações para a frente de quarteis generais do Exército em todo o país.
Reportagem em andamento