por: Neste domingo o presidente ameaçou um repórter: após pergunta sobre depósitos de Queiroz para primeira-dama Michelle. Hoje, ele chamou os jornalistas de “bundões’.
O presidente Jair Bolsonaro voltou a defender o uso da hidroxicloroquina para o combate ao coronavírus. Bolsonaro também afirmou que, se contaminados pela covid-19, os integrantes da imprensa têm “chance menor” de sobreviver do que ele próprio.
As afirmações foram feitas nesta segunda-feira (24), durante o discurso presidencial no evento “Brasil vencendo a COVID-19”. Ao discursar para médicos que receitam o medicamento à base de hidroxicloroquina aos infectados pelo novo coronavírus, Bolsonaro reconheceu que a cloroquina não tem comprovação científica.
No entanto, afirmou que “pior que uma decisão mal tomada, é uma indecisão” e que estudou “o que acontecia em outros países do mundo” para se orientar.
“Fomos vendo, devagar, que existia-se uma sinalização que, se ministrando esse protocolo [hidroxicloroquina com azitromicina], as pessoas tinham muito mais chances de sobreviver. Aqui neste prédio, 200 e poucos servidores foram acometidos pela COVID-19. Pelo o que eu fiquei sabendo, a grande maioria – senão todos – usaram a hidroxicloroquina”, disse.
No evento, Bolsonaro voltou a atacar jornalistas – ontem disse a um repórter de O Globo que tinha vontade “de encher tua boca de porrada”, após pergunta sobre depósitos de Queiroz para primeira-dama Michelle.
Dúvidas sobre cheques depositados na conta da primeira-dama pairam desde 2018, mas as suspeitas chegam a outro patamar depois de presidente Jair Bolsonaro ameaçar agredir jornalista que lhe pediu explicações.
Hoje o presidente afirmou que os jornalistas teriam menos chances de sobreviver à doença do que ele próprio, e voltou a falar do seu “histórico de atleta”.
“Aquela história de atleta, né, que pessoal da imprensa vai pro deboche, mas quando pega em um bundão de vocês a chance de sobreviver é bem menor, só sabe fazer maldade, usar a caneta com maldade em grande parte, tem exceções aqui né, como Alexandre Garcia.
Ao fim do discurso, o presidente agradeceu aos médicos por estarem receitando cloroquina aos pacientes. ” Quero agradecer os senhores pela decisão tomada lá atrás. Uma coisa é certa: dos fracos, covardes e omissos, a história jamais se lembrará. Nós nos lembraremos, sempre, de todos vocês”, concluiu..
O Ministério da Saúde confirmou nesse domingo (23) um total de 23.421 novos casos da Covid-19, com 494 novas mortes. O Brasil totaliza mais de 3,6 milhões de casos – 3.605.783 diagnósticos positivos – e 114.744 mortes.
