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Bolsonaro diz que educação ‘está horrível’ e que deve escolher novo ministro hoje

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (2) que a situação da educação brasileira está “horrível”. Em conversa com apoiadores, na saída do Palácio da Alvorada, pela manhã, Bolsonaro também disse que “talvez escolha hoje” o novo ministro da Educação. A pasta já trocou de comando três vezes desde o início do governo.

Ao receber uma demanda para o MEC, Bolsonaro disse que “deu problema” com o professor Carlos Decotelli, nomeado ministro do MEC por cinco dias, mas que não chegou a tomar posse após polêmicas sobre títulos acadêmicos. “Talvez eu escolha hoje o ministro da Educação”, afirmou Bolsonaro.

Ele também voltou a distorcer decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) para tentar passar a responsabilidade das decisões durante a pandemia aos governadores. A decisão, no entanto, assegura aos Estados e municípios autonomia para tomar medidas, mas não exime a União.

“Vou passar para o governador”, reagiu Bolsonaro após dois apoiadores pedirem para apresentar uma proposta para a retomada das aulas presenciais em instituições do setor privado. Em seguida, eles responderam que já passaram a proposta para o governador do seu Estado, sem citar qual, e insistiram que o texto fosse repassado ao MEC.

“O Supremo Tribunal Federal decidiu que quem trata desse assunto não sou eu. Eu entendo vocês, me coloco no lugar de vocês. A educação está horrível no Brasil”, declarou o presidente. “Pode entregar (o texto) que eu mando para a Educação ou para o Ibaneis (Rocha, governador do DF)”, reagiu Bolsonaro diante da insistência.

Possíveis candidatos para o Mec – O nome do atual reitor do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), Anderson Correia, tornou-se o mais forte para assumir o Ministério da Educação (MEC) depois da saída de Carlos Decotelli. Evangélico e com perfil técnico, ele passou a aglutinar apoio de vários grupos que indicam nomes ao presidente Jair Bolsonaro.

Na noite desta terça-feira, 30, o governo checava suas credenciais e colhia apoios. Além da ala militar, o nome de Correia é aprovado por especialistas do terceiro setor, como Viviane Senna. O comando da Aeronáutica, já teria autorizado sua saída do ITA.

Correndo por fora na disputa pela cargo, está o professor Gilberto Gonçalves Garcia que segundo interlocutores, teria o apoio de Antônio Veronezi, empresário da educação privada próximo de Onyx Lorenzoni , ministro da Cidadania, e do ex-ministro Abraham Weintraub .

Outro nome que surgiu entre os indicados é o do ex-pró-reitor da FGV Antonio Freitas. Freitas é professor titular de Engenharia de Produção da Universidade Federal Fluminense (UFF) e membro do Conselho Nacional de Educação (CNE). Além deles, há Marcus Vinícius Rodrigues, que foi presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep/MEC) na gestão de Ricardo Vélez. Ele é engenheiro e ligado ao mesmo grupo militar de Decotelli. Rodrigues deixou o Inep depois de desentendimento com o grupo olavista.

Na disputa há ainda o evangélico Benedito Guimarães Aguiar Neto, que foi reitor da Universidade Presbiteriana Mackenzie e hoje é presidente da Capes. O secretário de Educação do Paraná, Renato Feder, que esteve com o presidente na semana passada, voltou a ser analisado também.

A preocupação dos militares é a de que integrantes ligados a Olavo de Carvalho tenham força para indicar um nome que prevaleça. O deputado Eduardo Bolsonaro teria sugerido Sérgio Sant’ana, ex-assessor de Abraham Weintraub e ligado a olavistas. O nome de Ilona Becskehazy, que é secretária de Educação Básica no MEC, também está sendo defendido por grupos considerados ideológicos.

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