
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi absolvido em uma ação que o acusava de dano moral coletivo por chamar o cabelo de um apoiador, em julho de 2021, de black-power e “criador de baratas”.
Em decisão assinada na semana passada, a juíza Ana Maria Wickert Theisen, da 10ª Vara Federal de Porto Alegre, considerou que “não se pode dizer que a repercussão tenha atingido profundamente, de modo injusto e intolerável, toda a comunidade negra nacional”.
Ela disse que a liberdade de expressão foi exercida “com excessos”, mas que a ofensa foi só a um único indivíduo. Ela também disse que o cabelo crespo não é exclusivo da raça negra, de maneira que não poderia condenar o ex-presidente por dano moral coletivo.
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As falas do ex-presidente foram feitas no “cercadinho” do Palácio da Alvorada em julho de 2021, e foram transmitidas ao vivo por canais de apoiadores.
Ao ver o apoiador com o cabelo crespo, ele pergunta: “Olha o criador de baratas, como tá essa criação de baratas?” Ele também disse que o homem não poderia tomar ivermectina, pois mataria todos os piolhos, e perguntou quantas vezes por mês ele tomava banho.
Apesar das falas, o apoiador não se mostrou ofendido. Nas redes sociais, ele continua a compartilhar conteúdo favorável ao ex-presidente e destaca suas fotos ao lado dele.