Durante conversa com apoiadores na manhã desta quinta-feira (7), no Palácio da Alvorada, o presidente Jair Bolsonaro chamou o jornalista William Bonner de “canalha” e “sem vergonha”.
“Pessoal da imprensa, sem vergonha, William Bonner, sem vergonha, vai ter seringa para todo mundo. William Bonner, por que seu salário foi reduzido? Porque acabou a teta do governo. Vocês têm que criticar mesmo. Quase R$ 3 bilhões por ano para a imprensa e grande parte para vocês, acabou a grana”, disse.
“Vocês falam que não comprei seringa agora. Por que? Porque quando fui comprar, o preço dobrou. Se eu compro, vão falar que eu comprei superfaturado. Não dou essa chance para vocês. O Brasil é um dos países que mais produzem seringas. Não vai ter falta de seringas”, disse.
No final, Bolsonaro voltou a atacar Bonner: “Agora, estão dizendo que vai faltar seringa para outras doenças. São canalhas. Bonner, você é o maior canalha que existe, William Bonner. São canalhas. O tempo todo mentindo”.
Na noite de ontem (7), o âncora do Jornal Nacional leu declarações de Bolsonaro criticando a imprensa. Nas redes sociais, telespectadores afirmaram que o jornalista fez uma imitação do presidente.
Bonner já havia, nesta semana, repercutido a declaração de Bolsonaro de que a mídia provoca pânico em meio à pandemia.
“Os números oficiais da secretaria de saúde mostram que o vírus, a que se refere o presidente Jair Bolsonaro, está se espalhando pelo Brasil a taxas maiores desde dezembro. Esse vírus contaminou até agora quase 8 milhões de pessoas no país todo e levou luto às famílias e aos amigos de mais de 197 mil ‘cidadões’ ou cidadãos brasileiros”, afirmou.
Bolsonaro também alfinetou, nesta quinta-feira, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta dizendo que ele havia recomendado, no início da pandemia, que pessoas com sintomas leves não procurassem os hospitais.