Complexo será um receptivo para turistas que chegam nos transatlânticos com um mix de gastronomia regional e do Brasil, voltado também para reunir a família e amigos, além de almoços de negócios, em espaços abertos, terraços e áreas de convivência
Lugar que representa um dos marcos na instalação do comércio e da navegação marítima na região, o casario do Booth Line, referência de patrimônio da capital, será resgatado em seu conceito de entreposto internacional por meio de um projeto – ” Nosso Centro” – que contará com a parceria da Prefeitura de Manaus, Tribunal de Contas do Estado (TCE-AM), o grupo Uai Shopping e a Fundação Doimo.
Nesta quinta-feira, (2), o presidente do TCE-AM, conselheiro Mario de Mello, esteve reunido com os integrantes do projeto da prefeitura, e a empresa, responsável pela revitalização do espaço do Booth Line, local onde funcionou uma das primeiras sedes da corte de contas.
‘Nosso Centro’ – O “Nosso Centro” faz parte do programa de crescimento econômico e social “Mais Manaus”, que prevê investimentos da ordem de R$ 1,2 bilhão nos próximos anos.
Presente – “Indiscutivelmente é um presente para o tribunal e para o Estado do Amazonas. Um projeto de anos e que vemos de forma muito positiva ele ser encaminhado para ser concretizado”, avalia o conselheiro-presidente do TCE-AM, Mario de Mello, ao destacar a importância que a reestruturação do complexo terá para o Amazonas, ampliando o turismo e a valorização histórica na região central da capital amazonense.
Segundo Mello, haverá uma formalização, um termo de cooperação técnica entre a Prefeitura de Manaus, via Instituto Municipal de Planejamento Urbano (Implurb), o grupo Uai Shopping e a corte.
“Vamos buscar o que há de mais moderno nessa configuração, para que o museu do Tribunal de Contas do Amazonas seja um dos mais tecnológicos do Brasil ou até do mundo, para que retrate toda a história da corte de contas”, informa.
Ele lembra que o complexo Booth Line é um grande receptivo para quem chega nos transatlânticos na capital e a revitalização dessa área será o início para que outros pontos e espaços do Centro Histórico de Manaus, antigos ou abandonados, passem por um processo de reforma e modernização.
“Há 12 anos compramos a propriedade e temos hoje os pré-requisitos de licenciamento, a contrapartida do museu e estamos trabalhando na parte da tramitação legal. Os estudos arquitetônicos e históricos são os que vão demandar mais tempo, mas a previsão do grupo é de construir o futuro shopping Booth Line, a parte interna, em 18 meses”, explica o empresário do Uai Shopping, Elias Tergilene, que considera o empreendimento um resgate da vocação de origem do Booth Line.
O diretor-presidente do Implurb, engenheiro Carlos Valente, lembra que a integração entre poder público e iniciativa privada é um dos eixos da administração David Almeida, incluindo reduzir custos da máquina municipal e oferecer aos empreendedores melhores condições de negócio na capital.
Valente vê o empreendimento, de aproximadamente 15 mil metros quadrados, como um dos mais robustos e de grande porte para a região, com características peculiares de agregar agricultura familiar, extrativismo, artesanato, cultura, gastronomia, lazer, turismo e negócios, reunindo as regionalidades do Brasil.
“A escala é montar um entreposto nacional e Manaus, por suas características específicas, de sustentabilidade e de produtos, foi escolhida para ser um Mercado de Origem. Num segundo momento a ideia é poder exportar estes itens. A Fundação Doimo tem aporte de grupos na Itália e na China”, comenta.
Ainda segundo ele, o futuro shopping vai se somar a outros projetos do prefeito David Almeida, com uma escala semelhante para o turismo e negócios locais, como o Mirante da Ilha.
Estrutura – Dentro da reestruturação do complexo, a primeira sede do TCE-AM funcionará como um laboratório histórico, apresentando o passado da corte de contas, estudando as atuais funcionalidades do tribunal e dando artifícios para a sociedade futura entender o papel do TCE no estado.
Ainda de acordo com o presidente do tribunal, Mario de Mello, o TCE-AM irá iniciar os trâmites para finalização e assinatura do acordo de cooperação entre a corte de contas, a Prefeitura de Manaus e a Fundação Doimo.
Além de Carlos Valente, Mario de Mello e de técnicos da corte de contas, dos empresários Elias Tergilene, Bernard Martins e Romero Reis; também participaram da reunião, o diretor-presidente da Manauscult, Alonso Oliveira; o titular da Subsecretaria Municipal de Juventude, Esporte e Lazer (Semjel), Platiny Soares; e o chefe do Departamento de Pesquisa e Memória do TCE-AM, Josetito Lindoso.
Projeto – O projeto privado do complexo Booth Line prevê restauro e requalificação de espaços urbanos com foco na infraestrutura de varejo e empreendedorismo. Instalado onde existia a antiga Bolsa da Borracha, o edifício é datado de 1890.
O espaço receberá um modelo do Mercado de Origem, que tem instalações hoje de Belo Horizonte (MG) a São Paulo (SP), incluindo propostas para Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco, Maranhão e Amazonas.
O Mercado de Origem tem conceito de arquitetura sustentável, oferecendo mix de gastronomia regional e do Brasil, versátil para reunir família e amigos, para almoços de negócios e turistas, em espaços abertos, terraços e áreas de convivência, lembrando mercados mais antigos, como o Central de Belo Horizonte, mas também com o foco na modernidade, como dos novos mercados como o Little Spain, no Hudson Yards, em Nova York, e o Chelsea Market, na mesma cidade.