
O gás de cozinha mais caro do país é o do Amazonas, produzido e distribuído pelo Grupo Atem, que comprou a refinaria Isaac Sabbá e a transformou em Refinaria da Amazônia (Ream).
O levantamento é do site Observatório Social do Petróleo – uma organização de divulgação dos impactos que a privatização da Petrobrás gera no Brasil – que apontou sobrepreço de 72% na botija de gás de 13kg, sobre o valor cobrado pela Petrobras.
A Ream comercializa o vasilhame de GLP a R$ 54,41, enquanto nas unidades estatais o gás de cozinha sai por R$ 31,66.
Os dados mostram ainda que Ream foi responsável por 24% da oferta de GLP no Norte do país em 2023 e a Petrobras por 75,8%
Os dados do levantamento se baseiam nos preços divulgados pela Petrobrás, Ream, Mataripe, RPCC e Agência Nacional do Petróleo (ANP).
Comparativos
O Observatório do Petróleo apontou que entre 1º de julho e 18 de outubro o preço do botijão da Ream (Grupo Atem) já era 44% maior que o da Petrobras.
No dia 19 de outubro, a Ream reajustou o preço do gás em 19% – ampliando para 72% a diferença entre a estatal e a refinaria.
Monopólio regional
A criação de um monopólio regional privado seria uma das justificativas apontadas pelo diretor da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) e do Sindipetro PA/AM/MA/AP, Bruno Terribas, para os preços mais altos. “O monopólio regional eleva o preço e tem consequências desastrosas para o consumidor local”, afirma.
Em 2016, segundo ele, a Atem, que controla a Ream, detinha pouco mais de 20% do mercado de combustíveis, porcentagem que saltou para mais de 50% em apenas dois anos. “Comandada por uma família do interior do Amazonas, a pequena distribuidora passou a ser a quinta maior empresa do País”, informou o economista.