
Pesquisadores do Instituto Mamirauá capturaram 17 botos-vermelhos (Inia geoffrensis) no Lago Amanã, na Reserva Amanã, no Amazonas. Eles realizaram coletas de sangue e mucosas para avaliar a saúde dos animais.
Também instalaram 12 transmissores para acompanhar a movimentação, profundidade e temperatura da água por satélite que reunirá dados estratégicos sobre a ecologia da espécie. A maioria é de machos adultos. Apenas uma fêmea grávida está entre os botos capturados.
Conforme o instituto, a ação, que ocorreu entre os dias 20 de setembro e 2 de outubro, contou com a participação de pesquisadores da Associação R3 Animal, National Marine Mammal Foundation, Universidad de Las Palmas de Gran Canaria e Wildlife Conservation Trust, além de moradores e pescadores locais que auxiliaram no manejo dos animais.
O monitoramento contínuo ocorre após a morte de mais de 200 botos durante as secas de 2023 e 2024.
Os pesquisadores estimam que houve redução de até 15% da população de botos no Lago Tefé. Por serem mamíferos de grande porte e de ciclo reprodutivo lento, além de estarem expostos a colisões com embarcações e conflitos com pescadores, os botos-vermelhos são considerados altamente vulneráveis.
Segundo Miriam Marmontel, líder do Grupo de Pesquisa em Mamíferos Aquáticos Amazônicos do Instituto Mamirauá, a coleta de amostras e a instalação dos transmissores são fundamentais para avaliar a saúde da população e sua resiliência a novos eventos extremos, que tendem a se tornar mais frequentes com as mudanças climáticas.
Os dados obtidos permitirão respostas mais rápidas caso novas mortandades ocorram e fornecerão informações essenciais para a conservação e manejo da espécie no Amazonas, contribuindo para proteger os botos-vermelhos em seu habitat natural.