
“Agradecemos, mas talvez esses recursos sejam mais relevantes para reflorestar a Europa”. Onix Lorenzoni
O Brasil rejeitará a ajuda do G7 para combater as queimadas na Amazônia. A informação foi divulgada na noite desta segunda feira (26) no blog do jornalista político de Brasília, Gérson Camarotti, que teve como fonte
o ministro da Casa Civil, Onix Lorenzoni. A assessoria do Palácio do Planalto confirmou.
Na manhã desta segunda-feira (26), o presidente francês, Emmanuel Macron, anunciou que o grupo dos sete países mais ricos do mundo decidiram destinar 20 milhões de euros para combater incêndios nos países amazônicos.
Macron e Bolsonaro vem trocando farpas ao longo dos últimos dias, ao ponto do brasileiro ter curtido um post nas redes sociais não muito republicano sobre a mulher do francês. O embate chegou ao nível pessoal e deve piorar ainda mais com a recusa do governo brasileiro em receber o dinheiro europeu.
O francês já havia acenado com com um discursos mais conciliador e baixou o tom nas suas ameaças de represálias com relação ao tratado comercial entre o Mercosul-UE, no último fim de semana, após não ter encontrado ressonância juntos aos seus colegas de continente, Ângela Merkel e Boris Johnson. Alemanha e Grã-Bretanha, respectivamente, acharam melhor não misturar meio ambiente com o acordo econômico e Macron ficou isolado, mas ainda depois que Chile e Espanha, convidados da Cúpula do G7, também não deram a menor bola para ele.
Tentando um lugar como protagonista na União Europeia após a saída da Inglaterra da União Europeia, Macron tenta ainda se aproximar do partido socialista francês e dos agricultores, que nunca viram com bons olhos a concorrência dos produtos brasileiros. Durante mais uma dos inúmeros protestos dos franceses contra o seu governo, uma manifestante disse: ” É um hipócrita. Abraçou a causa ambiental esta semana, a poucos dias do início do G-7″.
Macron também vem tendo problemas para cumprir as metas acordadas do Tratado de Paris. Segundo matéria publicada no jornal The Guardian, a França não conseguirá cumprir as metas do acordo ambiental de conter as mudanças climáticas.
Resposta brasileira
“Agradecemos, mas talvez esses recursos sejam mais relevantes para reflorestar a Europa. O Macron não consegue sequer evitar um previsível incêndio em uma igreja que é um patrimônio da humanidade e quer ensinar o quê para nosso país? Ele tem muito o que cuidar em casa e nas colônias francesas”, disse Onyx ao blog.
“O Brasil é uma nação democrática, livre e nunca teve práticas colonialistas e imperialistas como talvez seja o objetivo do francês Macron. Aliás, coincidentemente com altas taxas internas de rejeição”, acrescentou o ministro da Casa Civil.
Ao blog, Onyx Lorenzoni disse ainda que o Brasil pode ensinar “a qualquer nação” como proteger matas nativas. “Aliás, não existe nenhum país que tenha uma cobertura nativa maior que o nosso”, acrescentou.