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Brasileira de 2 anos desaparece em rio na fronteira EUA

Oficiais americanos e mexicanos comandam buscas pela criança no Rio Grande; mãe da menina é haitiana


Agentes da Patrulha de Busca, Trauma e Resgate da Fronteira americana (Bostar) realizaram buscas por brasileira de 2 anos no Rio Grande, na divisa entre México e Estados Unidos 
Foto: U.S. Customs and Border Protection Agency/VEJA

Uma criança brasileira de 2 anos desapareceu na fronteira dos Estados Unidos com o México quando cruzava a divisa com sua mãe pelo Rio Grande, informou a Agência Alfandegária e de Proteção de Fronteira dos EUA (CBP, na sigla em inglês).

A mãe da menina é cidadã haitiana e foi presa quando tentava entrar ilegalmente em território americano na segunda-feira 1.

Em comunicado, a CBP afirmou que a mulher, cuja identidade não foi revelada, relatou ter perdido a menina durante a travessia pelo Rio Grande, na fronteira entre o estado mexicano de Coahuila e o Texas.

Agentes da Patrulha de Busca, Trauma e Resgate da Fronteira americana (Bostar) realizaram buscas durante a madrugada e ao longo desta terça-feira 2, com o auxílio de oficiais mexicanos da cidade de Acuña. Os agentes utilizaram um submersível operado remotamente, equipes de mergulho e barcos.

“Sempre que uma criança se perde é um evento trágico”, afirmou o chefe da patrulha, Raul Ortiz. “Não posso nem imaginar a angústia que os pais desta criança devem estar sentindo e espero que nossos esforços de busca sejam recompensados com um resultado positivo.”

As travessias exaustivas e clandestinas de migrantes pela fronteira entre os Estados Unidos e o México se intensificaram com os limites recém-estabelecidos pelo governo do republicano Donald Trump, que restringiu o número diário de pessoas que podem solicitar refúgio no país nos postos de entrada da fronteira.

Com a expectativa de meses na fila de espera para as entrevistas com as autoridades americanas, muitas famílias migrantes optam por cruzar a fronteira de modo arriscado para fazer suas solicitações e atravessar a região desértica.

Os coiotes, como são chamados os intermediários do tráfico ilegal de pessoas na fronteira, colocam em risco a vida dos migrantes, deixando-os em áreas isoladas ou enviando-os para cruzar o Rio Grande em jangadas improvisadas.

Na semana passada, a foto de um migrante salvadorenho e sua filha de quase 2 anos afogados após tentarem atravessar o Rio Grande se tornou mais um alerta sobre a situação das milhares de pessoas que tentam entrar ilegalmente em território americano.

Pai e filha foram encontrados na segunda-feira 24 depois de se afogaram diante do olhar da mãe da menina antes de chegar ao lado americano.

A Patrulha da Fronteira registrou 283 mortes de imigrantes no limite entre Estados Unidos e México apenas no ano passado. Ativistas de direitos humanos dizem que o número é muito maior, pois os restos mortais de muitas vítimas nunca são encontrados e os dados da agência não incluem todas as mortes registradas pelas autoridades locais.

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