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Brasileiro teme falar de política em local público, familiar e no trabalho

Entrada dos candidatos para o primeiro dia de provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020, na Universidade Estadual do Rio de Janeiro(UERJ), na zona norte do Rio.

Os locais em que os brasileiros mais temem falar de política ou revelar quem é seu candidato à Presidência são espaços públicos, no trabalho ou com a família, aponta pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta (20).

Quase um terço dos eleitores (30%) acha que conversar sobre o assunto com desconhecidos na rua ou em outros lugares abertos pode gerar problemas. O receio, porém, caiu em comparação a antes do primeiro turno da eleição, quando 34% tinham a mesma opinião.

A porcentagem de quem tem esse medo agora é igual entre os que pretendem eleger Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) no segundo turno, mas dispara para 43% entre os que votaram em Simone Tebet (MDB) e 34% em Ciro Gomes (PDT).

Um quarto das pessoas também cita o trabalho (25%) – número que oscilou um ponto percentual para baixo desde a última rodada do levantamento, em 29 de setembro – e os familiares (24%), que subiram três pontos, dentro da margem de erro.

Em seguida vêm os amigos ou colegas, com quem um quinto dos brasileiros evita dialogar sobre a disputa eleitoral. Duas outras situações em que a parcela de preocupados variou para cima foram as igrejas ou cultos (de 16% para 18%) e escolas ou faculdades (de 9% para 12%).

Só 2% citam desconforto ao responder pesquisas eleitorais, e 13% dizem não ver incômodo em nenhuma dessas situações, com oscilação negativa de um ponto.

A apreensão é reflexo da série de episódios de violência política que marcou a campanha de 2022 pelo Brasil. Por outro lado, a redução do incômodo em locais públicos, por exemplo, pode ser uma reação à tranquilidade, em geral, no dia do primeiro turno.

A pesquisa aponta que as maiores diferenças entre os eleitores de Lula e Bolsonaro ocorrem nas igrejas, onde 22% dos lulistas temem falar sobre política contra 15% dos bolsonaristas, e no trabalho, onde o placar fica em 27% a 23%.

No geral, mulheres, jovens e moradores do Norte do país também veem mais problema em conversar sobre as eleições nos cultos e com a família. Já os mais ricos, escolarizados e habitantes do Sudeste se preocupam mais com desconhecidos.

Nesta rodada o Datafolha ouviu 2.912 pessoas de 16 anos ou mais em 181 cidades, de segunda (17) a quarta (19), com margem de erro de dois pontos percentuais, para mais ou para menos, considerado o índice de confiança de 95%. Contratado pela Folha de S.Paulo e pela TV Globo, o levantamento foi registrado na Justiça Eleitoral sob o número BR-07340/2022.

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