
A defesa de Amarildo da Costa de Oliveira, o “Pelado”; Oseney da Costa de Oliveira, o “Dos Santos”; e Jefferson da Silva Lima, o “Pelado da Dinha”, acusados de matar o indigenista Bruno Pereira e o jornalista britânico Dom Phillips, pediu o afastamento do juiz Fabiano Verli, responsável pelas audiências de instrução do caso, que acontece desde segunda-feira (20), em Tabatinga.
Para os advogados Goreth Rubim, Lucas Sá, Américo Leal e Gilberto Alves, desde o início das audiências, o juiz federal vem cometendo sucessivas falhas que comprometem a seriedade do processo, e que dificultam o direito de defesa dos acusados.
Segundo os advogados, a primeira testemunha do caso não chegou a ser ouvida por interferência do Ministério Público Federal (MPF) e do juiz.
” Pedimos o afastamento do juiz do caso, pois entendemos que ele se contaminou pelas acusações e não está conduzindo o caso com a isenção que a lei exige”, declararam os criminalistas.
O pedido de afastamento do juiz foi feito pela defesa no segundo dia de audiências, que ocorreu na terça-feira (21). No entanto, o magistrado disse que vai continuar à frente do caso.
“Nosso pleito subirá para Brasília e os tribunais irão avaliar se a presunção de inocência dos acusados está ou não sendo respeitada pelo juiz”, explicaram os advogados.
Críticas ao MPF
Os advogados dos três acusados também criticaram a atuação do Ministério Público Federal.
Segundo a defesa, os procuradores tem afirmado ter uma testemunha, mas que só será apresentada caso os acusados forem à júri popular.
“A defesa se manifestou contrária a isso, pois os acusados têm o direito de saber quem os acusa”, defenderam.
A defesa também diz que o suposto mandante das mortes, identificado como Rubens Dario da Silva Villar, conhecido como ‘Colômbia’, que foi mencionado pela Polícia Federal e pelo Ministério Público Federal em várias entrevistas nacionais, sequer encontra-se sendo processado neste caso e está em presídio Estadual, no Amazonas, enquanto que os três encontram-se em presídios federais de segurança máxima no Paraná e Mato Grosso do Sul.