
O juiz Fabiano Verli, da Justiça Federal do Amazonas, afirmou que a defesa dos acusados das mortes de Bruno Pereira e Dom Phillips “não está lendo da melhor maneira” os laudos da Polícia Federal e até se confundiu ao citá-los. Ainda assim, diz Verli, insiste em ouvir 26 peritos responsáveis pelos documentos. Os pedidos foram rejeitados.
De acordo com o juiz, os laudos estão “plenamente acessíveis a todos” e, mesmo assim, nos dias de audiência de instrução e julgamento do caso, a única vez que a defesa mencionou os laudos “citou-os errado até ser ajudada por membro do MPF (Ministério Público Federal) que, pedindo um aparte, lhe indicou os laudos corretos”, afirmou Verli.
“Isso mostra que a defesa não está lendo da melhor maneira os laudos. Mas é preciso ler os autos antes de fazer pedidos de forma diversa da previsão da lei processual. O CPP [Código de Processo Penal] 400 diz que é dever do juiz indeferir produção de prova irrelevante, impertinente, desnecessária ou protelatória”, disse Verli.
O juiz afirmou que os peritos podem ser ouvidos em audiência, mas é necessário a formulação da dúvida. “E, para isso, é necessária uma atenta leitura dos autos com posterior formulação de dúvidas pertinentes.
Nada disso ocorreu até o momento. São laudos e laudos, já há muito disponíveis, e não vimos até o momento dúvida técnica alguma”, afirmou Verli.
Ainda conforme o magistrado, os advogados dos acusados já teve oportunidade de submeter os laudos aos seus próprios peritos, mas não o fez.
“Assim, principalmente após as oitivas já realizadas, por ora, não é o caso de ouvida de peritos, por desnecessária”, concluiu o juiz ao rejeitar os pedidos da defesa.


