A Justiça Federal decretou, nesta sexta-feira (8), a prisão preventiva do peruano Rubens Villar Coelho, o Colômbia, detido na última quinta-feira (7) pela Polícia Federal na cidade fronteiriça de Tabatinga, na divisa do Amazonas com o Peru e a Colômbia, por uso de documento falso. Ele é suspeito de participação no assassinato do indigenista brasileiro Bruno Pereira e do jornalista inglês, Dom Phillips, em 5 de junho último, em Atalaia do Norte, município vizinho a Tabatinga.
Em audiência de custódia, que terminou na noite de ontem (8), a Justiça do Amazonas em Tabatinga determinou que ele permanecerá preso. Ele chegou na audiência na Justiça Federal em Tabatinga, às 15h10, escoltado por três carros da Polícia Federal e um veículo com militares do Exército Brasileiro.
O caso teve uma reviravolta nas últimas 48h. Colômbia, que nasceu no Peru, compareceu na sede da PF em Tabatinga, na quinta-feira (7) espôntaneamente para esclarecer que nada tinha a ver com o duplo homicídio no município vizinho de Atalaia do Norte.
Mas durante a sua apresentação, os agentes federais identificaram que ele portava um documento falso, e que tinha ainda um outro que usava na Colômbia, região da tríplice fronteira brasileira com a Colômbia e o Peru – Tabatinga e a cidade colombiana de Letícia, capital do Departamento do Amazonas, são separadas apenas por uma rua.
Em depoimento, Colômbia negou “veementemente”, segundo a PF, que teria qualquer ligação com a dupla execução. Disse que apenas mantinha relações comerciais legais com pescadores da região.
Após as declarações do peruano, o superintendente da PF, no Amazonas, Alexandre Pontes, chegou a dar uma entrevisa coletiva nesta sexta-feira (8), na sede da corporação em Manaus, infomando sobre a situação do suspeito em Tabatinga, até então apenas sob custódia por uso de documento falso.
Mas no final da noite de ontem, ele começou a ser investigado como mais um suspeito de participação do duplo homicídio.
A PF investiga informações de que os protagonistas do crime, Amarildo da Costa de Oliveira, 41, o “Pelado”, Jefferson da Silva Lima, o “Pelado da Dinha”, e Oseney da Costa de Oliveira, 41, o “Dos Santos”, teriam ligações comerciais com Colômbia.
As investigações procuram esclarecer se há algo mais nessa relação suspeita de envolvimento em operações ilícitas na área fronteiriça dos três países como o contrabando de pescado, tráfico de drogas e outras atividades ilegais naquela região.